07/08/2023 às 08h56min - Atualizada em 07/08/2023 às 08h56min

Ministra Sonia Guajajara reafirma compromisso do Governo com Democracia, sustentabilidade e proteção da Amazônia

Foram discutidos os desafios para a proteção dos direitos indígenas, o reforço na segurança dos territórios e o acompanhamento da tese do Marco Temporal.

com edição da Redação Belem.com.br
Agência Pará
Agência Pará
Em entrevista coletiva, concedida pela ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, que participa, em Belém, da programação do Diálogos Amazônicos, evento pré-Cúpula da Amazônia, foram discutidos os desafios para a proteção dos direitos indígenas, o reforço na segurança dos territórios e o acompanhamento da tese do Marco Temporal. Sobre as propostas que irão sair das discussões das plenárias, no Diálogos Amazônicos, a ministra adiantou que a posição do Brasil será a de incorporá-las ao documento oficial da Cúpula da Amazônia.

Proteção dos territórios

Ao tratar sobre os desafios para a proteção dos territórios indígenas, Sonia Guajajara elencou que perpassam por combater a exploração ilegal de madeira, dos garimpos, a grilagem de terras e destacou que não se deve proteger apenas o que convencionamos chamar de meio ambiente, mas, os territórios como um todo. 

“Nós, povos indígenas, somos 5% da população mundial e protegemos 82% da biodiversidade viva no mundo. Isso significa que somos os guardiões da vida e do futuro. Para nós, pensar tudo isso é pensar também não só a partir dos recursos naturais que precisam ser protegidos, mas a libertação dos territórios como um todo, que preserve as culturas, a biodiversidade, que garanta a vida para as atuais e futuras gerações”, destaca.

Segurança

Com relação ao reforço na segurança dos povos indígenas na Amazônia, a ministra ressaltou a parceria integrada com outros ministérios e exemplificou o caso especial do processo de desintrusão da Terra Indígena Alto Rio Guamá, no Estado do Pará. 

“Nós estamos saindo de um período em que a violência foi alimentada com ódio contra os povos indígenas. Em sete meses, temos uma parceria muito forte com o Ministério da Justiça, com o Ministério do Meio Ambiente e tantos outros parceiros para combater essa violência nos territórios indígenas. Com o povo Tembé, em especial, aqui no Estado do Pará, tivemos uma iniciativa muito importante que foi a desintrusão da Terra Indígena Alto Rio Guamá, um território que há 30 anos já estava homologado e ainda havia invasores. Em dois meses, nós conseguimos entregar o título de posse desse território para o povo Tembé. Essa é uma das medidas para conseguir trazer essa segurança e vamos continuar avançando”, explica.

Marco Temporal

A respeito da tese do Marco Temporal, interpretação jurídica que defende que só teriam direito à demarcação das terras os povos indígenas que estivessem sob sua posse no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal, a ministra reafirmou a posição contrária à tese e informou que segue acompanhando a tramitação do Projeto de Lei 2903/2023. 

“Temos uma posição totalmente contrária à tese do Marco Temporal, que só vai aumentar os conflitos. Então estamos acompanhando a tramitação do PL 2903 no Senado Federal, assim como estamos acompanhando junto ao Supremo Tribunal Federal, que pode retomar esse julgamento até o mês de setembro”, revela.

Ao final da entrevista, Sonia Guajajara reafirmou o compromisso do Governo com a Democracia, a sustentabilidade ambiental e a proteção da Amazônia. “São sete meses de um novo governo que retoma a discussão da Democracia, da sustentabilidade, da proteção do meio ambiente. Vamos seguir confiando na parceria entre os ministérios para trabalhar sempre na perspectiva de respeitar a participação, a consulta livre, prévia e informada dos povos diretamente ou indiretamente afetados e, assim, buscar estratégias para proteger a nossa Amazônia".
 

 

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