13/01/2020 às 09h00min - Atualizada em 13/01/2020 às 09h00min

Índigenas paraenses terão ação de educação financeira

Iniciativa é da Comissão de Valores Mobiliários em parceria com outros órgãos

Agência Brasil
Com edição do belem.com.br
O projeto piloto vai abranger cerca de 600 indígenas do Pará (Foto: EBC)
     
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) realiza, em fevereiro, projeto piloto de educação financeira com cerca de 600 indígenas do Pará. A informação é do superintendente de Proteção e Orientação aos Investidores (SOI) da CVM, José Alexandre Vasco, em entrevista à Agência Brasil. Ele disse, ainda, que a aproximação feita no ano passado com índios do noroeste paraense foi importante para a CVM ter uma percepção da realidade e das especificidades desse público e da região, pensando no mercado de capitais.
 
O projeto tem duas dimensões. A primeira se refere à educação financeira e resulta de parceria com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reconheceu a CVM como centro de educação financeira para a América Latina e o Caribe. “A gente tem uma autorização da OCDE para, na região, disseminar melhores práticas, fazer discussão com outros reguladores e buscar inovações”, salientou Vasco.
 
A OCDE recomenda também que se desenhem programas de educação financeira específicos para grupos em situação de vulnerabilidade. Nesse sentido, a CVM realizou programas pontuais em favelas do Rio de Janeiro e São Paulo. Na Pavuna, no Rio, por exemplo, em área bastante conflagrada, foi efetuado projeto em parceria com o Banco Mundial (BIRD), que levou educação financeira e, também, formação profissional, visando ajudar a transição do jovem da escola para o emprego. “A gente achou que levar educação financeira só seria inútil diante de uma realidade tão impactante e com tantas dificuldades”.
 
Outros públicos
 
Uma vez dado esse primeiro passo mais estruturado nas comunidades, a CVM começou a buscar outros públicos. “E o público indígena surgiu porque nós temos parceria, já há alguns anos, com universidades no Pará que fazem programas educacionais, inclusive de licenciatura intercultural indígena. Isso significa formar o indígena, dar a ele uma licenciatura, para que ele possa ser professor do ensino fundamental devidamente regularizado”. Várias aldeias têm escolas e, em grande parte, os professores são da própria aldeia, combinando aí o saber tradicional com o formal, explicou o superintendente. Essa estrutura já se encontra estabelecida na região, com longa trajetória.
 
José Alexandre Vasco lembrou que a CVM já tinha parceria na área da educação financeira com a Universidade Federal do Pará (UFPA). Durante evento da Semana Mundial da Educação da Organização Internacional de Valores Mobiliários (Iosco), as duas entidades discutiram a ampliação da iniciativa.
 

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