29/05/2020 às 10h32min - Atualizada em 29/05/2020 às 10h32min

“Boi Pavulagem é Boi do Mundo” abre mês junino digital em Belém

Produção tem lançamento nacional na próxima segunda-feira, 1º de junho, às 18h, pela internet

Luciana Medeiros/ Holofote Virtual - Assessoria de Imprensa
Com edição do belem.com.br
O documentário conta a história de uma das maiores manifestações da cultura popular do Norte do Brasil (Foto: Divulgação)
           
Estreia nesta segunda, 1º de junho, na Mostra Égua do Filme, iniciativa do Amazônia Doc – Festival Pan Amazônico do Cinema, o documentário “Boi Pavulagem É Boi do Mundo”. O lançamento, nacional, será em ambiente virtual, pelo site www.amazoniadoc.com.br
 
Tudo começou em 1986. O Arraial do Pavulagem que surge como um grupo de música regional, formado pelos músicos Ronaldo Silva, Júnior Soares e Rui Baldez, se expande no ano seguinte para um cortejo realizado aos domingos na praça da República. Carregava na época o boi Pavulagem do teu Coração. 
 
O cortejo cresceu, ganhou as ruas, virou um arrastão que, em 2003, também deu inicio ao Instituto Arraial do Pavulagem. Em 27 de junho de 2017, foi consagrado Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do município de Belém, reconhecimento pelo trabalho de difusão e fortalecimento da cultura brasileira praticada em nossa região. No documentário esta narrativa é tecida pelas lembranças e vivências de Junior Soares e Ronaldo Silva, dois dos principais integrantes fundadores do Arraial. 
 
Dirigido por Ursula Vidal e Homero Flávio, com realização da Abre-te Cérebro Produções, em coprodução da ZFilmes, a produção paraense, que chegou a ser exibida, em 2019, para um público restrito, ficará disponível na internet até dia 30 de junho, trazendo o universo encantado de tradições e fé de Cachoeira do Arari e Bragança, mas também nutrido nas origens da cultura popular do Maranhão.
 
“Boi Pavulagem é Boi do Mundo” faz um mergulho lúdico e poético nos territórios de afeto e memória dos criadores do brinquedo, para contar a história de uma das maiores manifestações da cultura popular do Norte do Brasil.  “É um passeio pelas memórias afetivas de 2 personagens, compostas de lugares, imagens, símbolos e fluxos contínuos. Tem o tempo do pensamento, das elaborações sobre as complementariedades que formaram o grupo”, diz Úrsula Vidal, jornalista, realizadora e atual Secretária de Cultura do Estado. 
 
Ronaldo Silva e Junior Soares trazem a cor, a forma e os sons de seus territórios. Para Ursula Vidal, o documentário “é mais sobre esse tecido da memória do que sobre uma cronologia dos 30 anos do Arraial. Mas há muitos relatos também, muitos capítulos marcantes dessa história. A condução da narrativa tem essa intencionalidade contrastante, como é feito de contrastes o coração criativo do grupo”, complementa.
 
“Ronaldo e Júnior são a paixão da poética e a razão da métrica musical, mas há poesia em toda a composição imagética do documentário: seja nas águas do Arari, do Caeté, seja na beira do Guajará, ou ainda no rio de gente colorida e brincante que transborda nas ruas de Belém”, conclui Vidal.
 
A ideia de realizar um documentário sobre o Arraial do Pavulagem surge em 2015, a partir de um mini documentário feito com o músico Ronaldo Silva. Homero Flávio foi convidado a fazer o trabalho para o projeto Sonora Pará da Cultura Rede de Comunicação e acabou investindo os recursos numa viagem com o músico até Cachoeira do Arari. 
 
“Ele não nasceu lá, mas todas as suas raízes de mestre da cultura popular foram tecidas na sua infância vivida no Marajó. O material ficou extenso e muita coisa que não entrou no mini documentário de 5 minutos, está agora presente neste documentário, que ficou com 57 minutos”, diz Homero Flávio. 
 
Ele e Ursula acompanharam os percursos de Ronaldo Silva e Júnior Soares no arrastões entre 2016 e 2017, resultando em um material emocionante e que vai muito além de uma história que agora já tem mais de 30 anos. “Estamos falando de um documento vivo em que mostramos a construção da cultura popular no Arraial do Pavulagem como uma ferramenta social e fundamental, hoje abraçada por uma fatia gigantesca da população, inclusive de fora do Pará”, diz o realizador. 
 
A Mostra Égua do Filme foi lançada em abril e traz 42 produções paraenses em catálogo e que podem ser vistas a um clic no site do Amazônia Doc. O documentário de Ursula e Homero será o 43º filme a entrar em exibição, em especial, até dia 30 de junho.  “É uma honra fazer a estreia nacional desse documentário na Mostra Égua do Filme, que desde que entrou no ar, on-line, já teve acessos de mais de 10 países e mais de 10 mil visualizações. Estamos alcançando nosso objetivo que era de trazer a atenção do público para o cinema paraense”, comemora Zienhe Castro, diretora do Amazônia Doc.


 

Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Como podemos te ajudar?