01/07/2020 às 12h00min - Atualizada em 01/07/2020 às 12h00min

Aquário do Museu Goeldi ganha versão virtual

110 anos após sua fundação, o aquário público mais antigo do Brasil vai ganhando corpo no mundo virtual

Assessoria de Comunicação do Museu Emilio Goeldi
Com edição do belem.com.br
Vista digital do Aquário Jacques Huber (Foto: Reprodução)
         
Na região que comporta a maior bacia hidrográfica do mundo, a maior reserva de biodiversidade e uma zona costeira singular marcada pelo encontro do Rio Mar com o Oceano Atlântico, falar da fauna que habita os diferentes corpos aquáticos é uma necessidade.

O Museu Paraense Emílio Goeldi desvela as particularidades do mundo das águas amazônicas através de artigos, livros, exposições e no seu Parque Zoobotânico, onde figura como atração especial o Aquário Jacques Huber. O Aquário e suas histórias estão ganhando uma versão virtual para proliferar também no portal e nas mídias sociais da instituição a partir do dia 29 de junho, quando se homenageia São Pedro e os pescadores, cujas práticas, culturas e sabedorias construídas em fina relação com lagos, rios e mares têm sido aliadas dos cientistas do Museu Goeldi.

Aquário -  Reaberto em 2019 após um longo processo de captação de recursos e reformas na estrutura do prédio, a última propiciada pela parceria com a concessionária Equatorial Energia Pará (antiga Celpa) e o Instituto Peabiru, o aquário do Museu Goeldi foi inaugurado em 1911 pelo naturalista suíço Jacques Huber (1867-1914), então diretor do Museu Goeldi. Huber concebeu o projeto arquitetônico do espaço, em parceria com o desenhista Ernst Lohse (1873-1930), para integrar o complexo de pesquisa e estudo do Parque Zoobotânico da instituição.

Pequeno e diverso, o Aquário reúne hoje em seu plantel vivo cerca de 40 espécies de peixes e répteis de grande importância cultural e econômica para a Amazônia. É a atração mais popular do Parque do Goeldi e permite ao público mergulhar no mundo dos animais cuja vida está relacionada aos ambientes aquáticos regionais. As mudanças na estrutura do prédio buscaram oferecer melhor conforto aos animais e ao público visitante, tendo os anos de 2017 e 2019 como dois marcos recentes de destaque.

Virtualização – A apresentação do Aquário Jacques Huber, do Museu Goeldi, na web vai acontecer em etapas. E inicia com a apresentação dos produtos desenvolvidos no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da agora museóloga Débora Cristiane Blois Nascimento, que contou com a orientação da professora Drª Carmen Silva, e foi defendido no Curso de Museologia da Universidade Federal do Pará (UFPA) no final de 2019.

Em sua monografia, Débora foca as diferentes tipologias de museus no ciberespaço, objetivando o debate acadêmico entorno da mediação e a relação de patrimônio com seus usuários através da rede de computadores, e indo a campo com um trabalho experimental com o Aquário Jacques Huber. A museóloga convida o internauta para uma viagem nesse espaço, usando como bilhete de passagem o seu celular, computador, uma smart tv ou tablet.

O cais do porto é a área externa do aquário, já dentro do Parque Zoobotânico do Goeldi, em Belém. Tudo em suaves movimentos e até em ângulos que a vista humana não alcançaria sem ajuda para alçar voo, onde se nota uma representação da vegetação do Parque, uma simulação em que não se veem as espécies originais, mas o som das aves, sim, este é original. Ele foi captado para situar o ambiente sonoro. E, claro, é possível dimensionar a arquitetura do atual do aquário.

Através de vídeos curtos, o internauta conhece a evolução no tempo desse patrimônio, passeia pelo exterior e o interior do espaço. O mais extenso é uma apresentação geral, uma visão aérea do que está disposto no local, apresentando suas duas exposições – a de curta duração e a outra de longa duração, com o plantel vivo. Em outros vídeos, o mergulho permite contemplar a exposição de curta duração, “Baleia à vista”, e seu harmônico conjunto de esqueletos e peças ósseas de cinco espécies dos maiores animais da Terra e que foram encontradas na Zona Costeira Amazônica, especialmente no Pará, pelo Grupo de Estudos de Mamíferos Aquáticos da Coordenação de Zoologia/MPEG e o Instituto Bicho D´Água. Há ainda os tanques e ambientes que apresentam peixes e répteis que povoam o lendário e mexem com a economia regional.

Débora Blois fez questão de ser o mais fiel possível na reprodução do espaço físico recente, mas não sem enfrentar uma série de desafios. “Não há uma ferramenta específica para a criação de um museu digital. É preciso fazer adaptações das ferramentas existentes, como softwares e equipamentos direcionados aos profissionais de design e arquitetura”, descreve. Em estreito contato com a equipe técnica do Museu Goeldi, a museóloga acessou documentos e a planta baixa do aquário, fotografou as dependências do prédio e do acervo.

Partiu para os primeiros testes em softwares gratuitos para download disponíveis na Web: “queria que a arte final ficasse muito próxima do real, para que a imersão fosse o mais envolvente possível. Para isso, escolhi o software SketchUp, para a modelagem 3D e o software Lumion 6, para a renderização: alteração de cor, luz, sombra, contraste etc”. O esforço de Débora propicia um tour virtual e o contato com imagens históricas deste que é o mais antigo aquário público do Brasil e especializado na fauna aquática das águas doces da Amazônia.

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