21/07/2020 às 07h08min - Atualizada em 21/07/2020 às 07h08min

Xinguara tem produção artesanal de cachaça

Apenas o pequeno produtor Anacleto Lima fabrica cerca de 800 litros de cachaça por mês

Ramayana Torres
Com edição do belem.com.br
Anacleto preferiu não terceirizar nenhuma parte da produção, conta apenas com a ajuda de dois dos seus oito filhos (Foto: Ramayana Torres)
    
Há dez anos, o aposentado Anacleto Lima decidiu deixar o movimento da cidade em busca de uma rotina mais tranquila, que encontrou no Vale do Araguaia, no município de Xinguara, região sul do Pará. Naquele momento, decidiu começar a produzir cachaça artesanal, fabricada no engenho que batizou com o nome de sua falecida mãe, Dona Amélia.

Hoje, aos 70 anos de idade, Anacleto produz cerca de 800 litros de cachaça por mês e reúne centenas de turistas que vão até o local para conhecer a bebida e o seu processo de fabricação. O período de maior procura é justamente o atual – entre os meses de julho e agosto.

Pai de oito filhos, o aposentado conta que, quando era criança, os mais antigos de sua família gostavam de apreciar uma bebida antes do almoço. E que este teria sido um dos motivos que o fez empreender neste setor. “Lembro de que meu pai costumava tomar uma cachacinha para abrir o apetite”, conta.

Muito ativo, o pequeno produtor revela:  “Eu sempre fui muito curioso, sempre gostei de estudar bastante. Já estou aqui com 10 anos completos deste empreendimento e ainda quero fazer mais cursos para aprimorar o meu produto, deixar ele branquinho. Não só ele como a rapadura que eu faço também”, orgulha-se.

No começo, investiu em cursos e comprou um alambique. Anacleto preferiu não terceirizar nenhuma parte da produção, conta apenas com a ajuda de dois dos seus oito filhos. Ele mesmo procurou mudas de cana-de-açúcar para plantar no sítio. O produtor conta que a cana usada na fabricação da cachaça tem textura macia, pouca folhagem e uma quantidade maior de açúcar, ou seja, o brix (porcentagem que mede a pureza do caldo extraído da moagem da cana-de-açúcar) é bem mais alto.

Do processo de confecção:

A cana-de-açúcar é colhida manualmente e levada de carroça até o engenho, onde é lavada, moída, peneirada e vira garapa. A bebida passa por uma mangueira e chega à dorna-recipiente específico para produção de cachaça.
“O líquido fica em contato com trouxas de pano cheias de fermento à base milho e jucá- semente encontrada na região que empresta a sua coloração ao produto. Uma parte destino para a confecção de rapadura e a outra para a cachaça”, revela Anacleto.

Três dias depois, o líquido perde açúcar, vira álcool e é levado para um destilador com capacidade para 400 litros. O processo não depende de energia elétrica e pode durar até quatro horas. Com o uso de lenha, a temperatura alcança mais de 70ºC.

A partir daí, é preciso respeitar um período de descanso de 120 dias, um processo que diminui o teor alcoólico e deixa a bebida dentro do padrão estabelecido pelo governo, no caso do produto vendido por ele com até 40% de álcool.

Serviço:
O produto custa, em média, R$10 cada 500 ml. O valor pode sofrer alterações durante a temporada de maior procura. Este produto não é destinado e apropriado para menores de 18 anos.
Contato: (94) 99198-0394

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