Apesar de representar apenas 2% de todos os tipos de neoplasia malignas que atingem o homem, o carcinoma peniano é mais frequente em regiões com baixo nível socioeconômico e com maior incidência em homens a partir dos 50 anos. O perfil social, econômico e cultural dos pacientes com a doença dificulta o diagnóstico precoce.
Geralmente, o paciente chega ao médico com queixas de uma lesão, bolha ou secreção com mau cheiro que incomodam. O pré-diagnóstico é feito pelo médico urologista, por meio de exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos e, caso haja a suspeita da doença, é necessário fazer a biópsia, exame que retira uma pequena parte de tecido para análise. Só assim poderá ter um diagnóstico fechado e iniciar o tratamento adequado.
O chefe da Urologia do Hospital Ophir Loyola, Ricardo Tuma, ressalta que o maior fator de risco é a falta de higiene. Fazer a limpeza diária na área íntima com água e sabonete é importante para evitar o acúmulo de secreções, que podem causar a proliferação de bactérias e infecções.
"Homens que não realizaram a circuncisão, cirurgia para remoção da pele que reveste a cabeça do pênis, também estão mais propensos a ter a doença. Por isso, é imprescindível que seja realizada a limpeza da genital de forma adequada, e que este ato seja ensinado desde a infância", explica o médico.
A doença também tem relação com Vírus do Papiloma Humano (HPV). Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o HPV está presente em mais de 90% dos casos, pois é um vírus que atinge a região genital tanto de homens como em mulheres. Alguns estudos destacam que o DNA do mesmo está presente em 30% dos casos.
O tratamento depende da extensão da doença, mas cirurgia é a opção mais comum no tratamento do câncer de pênis, a radioterapia e quimioterapia também são uma opção. É importante que o diagnóstico seja realizado o mais breve possível, para evitar que a doença se espalhe e que haja a necessidade de amputação total do órgão genital, o que causa sequelas físicas, além de consequências psicológicas e sexuais,