04/01/2023 às 13h43min - Atualizada em 04/01/2023 às 13h43min

Nova espécie de tartaruga de água doce é encontrada no Pará

O espécime foi batizado de Perema do Pará

Com Edição da Redação Belém.com.br
Agência Pará
A nova espécie de tartaruga habita o município de São Geraldo do Araguaia no Pará. (Foto: Agência Pará)


Perema do Pará, assim foi batizada a nova espécie de tartaruga de água doce da Amazônia que habita os igarapés do entorno da Unidade de Conservação (UC) Parque Estadual Martírio Serra das Andorinhas (Pesam), no município de São Geraldo do Araguaia, sudeste paraense. A descoberta foi feita a partir de estudo de exemplares da coleção de Herpetologia do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), por pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA), do Núcleo de Ecologia Aquática e Pesca da Amazônia (NEAF/UFPA), do projeto Turtle Conservancy, da Chelonian Research Foundation e da ReWild.

O nome científico é Mesoclemmys sabiniparaensis, e é nomeado "sabini" em homenagem a Andrew Sabin, e "paraensis" em honra ao Estado do Pará.

O Pesam é uma UC de Proteção Integral localizada integralmente no município de São Geraldo do Araguaia, e encontra-se em região montanhosa, zona de transição entre os biomas Floresta Amazônica e Cerrado, repletos de uma diversidade de ecossistemas, belezas cênicas, cachoeiras, sítios arqueológicos registros rupestres, trilhas e outras belezas naturais.

O estudo teve início em 2018, e foi liderado pelo herpetólogo Fábio Andrew Gomes Cunha, da Universidade Federal do Pará (UFPA), a partir de uma visita ao centro de Herpetologia do (MPEG), considerado o maior acervo da região amazônica, abrigando cerca de 100 mil espécimes de anfíbios e répteis, a grande maioria preservados em álcool e alguns indivíduos em via seco.

“Para que uma nova espécie seja aceita pela ciência, é necessário realizar comparação morfológica, genética, comportamental, sua distribuição animal, além da fisiologia da nova espécie com todas as outras espécies já descritas e reconhecidas. É um processo lento, com muitos detalhes. Desde o primeiro contato com os animais até a publicação leva alguns anos; nessa pesquisa, foram quatro anos inteiros de muito estudo”, detalha.

Segundo a diretora e Gestão e Monitoramento das Unidades de Conservação (DGMUC/Ideflor-Bio), Socorro Almeida, a descrição da nova espécie, para a região sudeste do Estado do Pará, tendo como habitat áreas do entorno do Pesam, reforça a importância das Unidades de Conservação da Natureza para a preservação e conservação dos ecossistemas.

“As 27 Unidades de Conservação Estaduais do Pará certamente guardam um patrimônio genético riquíssimo, com muitas espécies ainda por descobrir ou registrar. A cada descoberta de novas espécies ou registros de espécies ainda não catalogadas, novas ações de manejo devem ser providenciadas, dependendo do local do registro dentro da UC, a fim de resguardar a espécie e dar o devido tratamento aos recursos naturais”, disse a gestora.

Preservação e Conservação - Socorro Almeida reforça ainda que o Ideflor-Bio promove ações de gestão, em diversos eixos, em que a pesquisa é um componente básico para que se possa fazer o manejo dos recursos naturais da UC como forma de incentivar a preservação e a conservação da biodiversidade do Estado do Pará. A gestão das Unidades de Conservação é executada pela (DGMUC), por meio de nove gerências responsáveis pelas (UCs) estaduais, divididas por regiões administrativas, localizadas em pontos estratégicos do Estado do Pará.

 


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