09/03/2023 às 11h04min - Atualizada em 09/03/2023 às 11h04min

Dia Mundial do Rim: saiba a importância da hemodiálise para pacientes renais

Hospital no Pará realiza campanha para reforçar a importância do tema

Com edição da Redação Belem.com.br
Agência Pará
Freepik.com
O marítimo Reginaldo Rodrigues, de 51 anos, que realiza hemodiálise há dois anos no Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), no distrito de Icoaraci, em Belém, relatou que foi surpreendido como paciente de doença renal em uma consulta de rotina na clínica médica. Por ser diabético e como estava apresentando inchaços, foi logo encaminhado para o nefrologista. Ele foi orientado a realizar exames, e no resultado constatou-se o comprometimento dos rins. “É preciso que as pessoas se cuidem, procurem o médico regularmente e não exagerem na alimentação”, alertou.

Já a dona de casa Márcia Brito, de 40 anos, sofreu uma cirurgia de cálculo renal, mas ao ser avaliada pelo especialista do HRAS, recebeu a indicação para iniciar a hemodiálise. “Essa fase ainda é um pouco angustiante, o coração fica apertado, mas o serviço ofertado pelo hospital é bom e não tenho queixas. Recebo orientações diárias sobre os novos hábitos que devo seguir”, contou.

Mitos e verdades

O médico nefrologista Luís Claudio, responsável pelo setor de diálise do HRAS, destaca que o principal mito em relação ao paciente renal crônico é o ‘de começar’ a fazer hemodiálise.

“Existe muito preconceito em começar a fazer a terapia porque dizem que os pacientes que fazem, falecem. Sempre explicamos que é ao contrário, se não fizer, vai falecer. É uma oportunidade de sobrevida, ou seja, um tratamento que garante, hoje, uma qualidade de vida bastante aceitável perto do risco que esse paciente tem de evoluir pouco tempo a óbito se não fizer o tratamento de substituição dos rins”, enfatizou.

O especialista esclarece que é verdade que existem limitações para os pacientes, mas eles podem ter uma boa qualidade de vida.

“A sobrevida do paciente dialítico hoje em dia é muito melhor do que fora anteriormente. Ao passar dos anos, ela vai sendo diminuída, mas comparando com as pessoas que não fazem esse tratamento, obviamente as chances, porque são muito doentes, não têm condições de fazer, por exemplo, hemodiálise, elas faleceriam muito mais rápido. Então, em relação à sobrevida, há pessoas hoje em dia que têm mais de 10 anos, quase 20 anos, no tratamento. Não temos como prever um tempo para um paciente, depende de cada caso, mas a sobrevida a longo prazo é bastante aceitável”, detalhou.

Prevenção

O nefrologista ainda frisa que a informação é essencial, já que a doença renal crônica na fase inicial é assintomática. “O mais importante é saber que existem as doenças renais e que existem os grupos de riscos. Em pacientes que são hipertensos, diabéticos, que têm história na família, que são obesos, tabagistas ou apresentam quadro de alteração renal, como cálculo renal, infecções urinárias de repetição, podem, sim, ter maior risco de ter a doença e, assim, precisam ser investigados através de exames simples, como a creatinina, que queremos difundir bastante, para saber como está o funcionamento dos rins e o exame de urina, essas são coisas importantíssimas”, esclareceu.

O nefrologista reforça, ainda, dicas valiosas que precisam ser fomentadas, como ter uma alimentação saudável, evitar alimentos industrializados, os açúcares, o sal em excesso e controlar a pressão arterial. “Além disso, abandonar o sedentarismo, manter o consumo adequado de água, não fumar e não tomar medicação sem orientação médica, são imprescindíveis”, alertou.

Terapias

A terapia renal substitutiva pode ser realizada em dois tipos: a diálise peritoneal, que é feita através de um cateter implantado no abdômen e é realizada em casa. A outra é a hemodiálise, que é a filtragem do sangue através de uma máquina e de um filtro externo. Também, como tratamento, há o próprio transplante renal.

Humanização

O HRAS já ultrapassou a marca de 20 mil sessões de hemodiálise. E para oferecer o serviço, a unidade dispõe de 22 poltronas, sendo duas exclusivas para paciente em isolamento por contato.  Durante o procedimento, o Abelardo Santos oferta wi-fi, alimentação, além do serviço de fisioterapia para amenizar os incômodos dos pacientes. “Trabalhamos com profissionais altamente qualificados.

"Além dos médicos, contamos com enfermeiros, técnicos de enfermagem, e a equipe multiprofissional com o recurso da fisioterapia e da nutrição são um diferencial. Nossa perspectiva é que o serviço seja ampliado e a terapia continue salvando muitas vidas”, frisou o diretor geral do HRAS, Jean Cleber.

Campanha

Para reforçar a importância do tema, a unidade realizará dois dias de ações, que ocorrerão nos dias 9 e 10 de março com o intuito de disseminar informação sobre a especialidade e os principais fatores da doença renal crônica e estimular a prevenção. A ação educativa, em alusão ao Dia Mundial do Rim, comemorado em 9 de março, contemplará pacientes, acompanhantes e usuários.

Serviço: O Regional Abelardo Santos é uma unidade pública, administrada pelo Instituto Mais Saúde em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O HRAS mantém 340 leitos de UTI e Clínicos (pediátricos e adultos), atende a 13 especialidades médicas, e conta com o serviço de equipes multiprofissionais, entre elas, a hidroterapia. Além disso, são realizados 20 tipos de exames de imagem e dispõe de 350 especificações para solicitação de diagnósticos laboratoriais.
Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Como podemos te ajudar?