14/03/2023 às 09h12min - Atualizada em 14/03/2023 às 09h12min

Pará perdeu quase 70 mil empresas durante a pandemia de Covid-19

Mesmo assim, entre empresas fechadas e criadas, o Estado registrou saldo positivo de 175.830 negócios no período

Com edição da Redação Belem.com.br
Jucepa
Thiago Gomes/O Liberal

Entre 2020 e 2022, período em que a pandemia de Covid-19 esteve mais forte no mundo, o Pará registrou o fechamento de quase 70 mil empresas, segundo informações da Junta Comercial do Estado (Jucepa). De acordo com o órgão, o setor mais afetado pelos fechamentos foi o comércio, com 46% das extinções. Já a indústria foi o ramo que menos empresas perdeu. Já o setor de prestação de serviços se manteve em crescimento, mesmo durante a pandemia. 

A Jucepa contabilizou um total de 17.688 empresas fechadas em 2020, 22.547 em 2021 e 29.303 em 2022, em todo o Estado, o que, em conjunto, chega ao número de 69.538 empreendimentos que encerraram suas atividades no Pará, nos últimos três anos. Para a presidente da Jucepa, Cilene Sabino, vários fatores contribuíram para os fechamentos, entre os quais, “a decretação da pandemia; o luto das famílias; o medo do vírus; o surgimento de novos negócios com os quais o comércio não estava familiarizado; as novas tecnologias, e outros.

Por outro lado, nesse mesmo período, o Pará teve 245.368 empresas abertas, das quais 74.641 em 2020, 90.552 em 2021, e 80.175 em 2022, o que aponta um saldo positivo de 175.830 negócios no Pará nos últimos três anos, entre abertos e encerrados. “A pandemia acelerou a modernização do ambiente de negócios, com a criação de novas formas de comercialização e prestação de serviços. As empresas que conseguiram se adaptar a essa nova realidade conseguiram se manter funcionando durante e após a pandemia. Essa capacidade de adaptação é uma característica do empreendedor brasileiro, em especial, do empresário paraense”, analisa a presidente da Jucepa.

Empresário precisou abrir mão do sonho de trabalhar com bicicletas

Mesmo com o saldo positivo entre negócios fechados e abertos no Estado, muita gente viu o seu sonho se desfazer durante esse período. É este o caso do consultor Alann Rezende, que fechou sua loja de peças e manutenção de bicicletas durante o período de lockdown, decretado pelo Estado para frear os casos de contaminação por coronavírus, ainda em 2020. Naquele momento, Alann paralisou as atividades em março, abril e maio, retornando no início de junho. “Depois, mais para a frente, precisamos fechar novamente, já na segunda onda da doença. Nesses dois momentos, no entanto, não demiti ninguém, procurei os programas e serviços de apoio dos bancos, mas as condições e taxas não eram boas, então, foi muito difícil, não quis arriscar fazer delivery, por conta da saúde dos funcionários. Já na segunda onda, os produtos estavam demorando muito pra chegar e isso afetou muito a empresa. Ainda conseguimos sustentar um pouco, mas precisamos fechar a loja definitivamente em maio de 2022”,lembra. 

Para Alann, apesar das perdas, sejam elas financeiras ou emocionais, a experiência valeu a pena. “Certamente, tive um aprendizado muito grande, que vou levar para o futuro”, conclui. 

Confira o número de empresas fechadas no Pará, durante a pandemia de Covid-19:

2020 - 17.688 empresas fechadas 

2021 - 22.547 empresas fechadas

2022 - 29.303 empresas fechadas

Total - 69.538 empreendimentos fechados

Veja o número de empresas abertas no Pará, durante a pandemia de Covid-19:

2020 -  74.641 empresas abertas

2021 - 90.552 empresas abertas

2022 - 80.175 empresas abertas

Total - 245.368 empreendimentos abertos

Saldo positivo entre empresas abertas e fechadas na pandemia: 175.830 negócios


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