01/06/2023 às 12h36min - Atualizada em 01/06/2023 às 12h36min

Vômito crônico em gatos pode ser sintoma de doenças mais graves

Veterinária aponta sinais que o tutor deve ficar atento para que as possíveis causas do vômito não se tornem problemas mais sérios

com edição da Redação Belem.com.br
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O vômito é uma das queixas mais comuns de tutores de gatos em clínicas veterinárias, mas o vômito em si é apenas um sintoma e não uma doença.

Esse indício é uma manifestação clínica que pode culminar em diversas alterações metabólicas que precisam ser corrigidas.

O distúrbio emético (causador do vômito) é definido como a expulsão ativa do conteúdo estomacal, sendo coordenado pelo sistema nervoso central – os sinais prodrômicos podem ser contrações abdominais, náuseas ou salivação excessiva.

Além do vômito, o animal também pode apresentar a regurgitação, apesar de serem bem semelhantes, são sintomas diferentes.

Conforme explica a médica-veterinária  Marianna Justo, o vômito é quando já houve a digestão do alimento e o animal o coloca para fora, já a regurgitação é quando o alimento sai inteiro – geralmente acontece quando o pet come demais, ou, em casos de mães, o fazem para alimentar o filhote.

O que é o vômito crônico e suas principais causas

Apesar de vômitos serem comuns em gatos, não devem ser considerados normais, mesmo quando se trata de bolas de pelo – “o saudável é sempre não vomitar”. Nesse caso, o tutor deve ficar atento à periodicidade do vômito e se ele não apresentará nenhuma outra manifestação clínica, além das famosas bolas de pelo.

Marianna diz que, segundo a literatura, “o vômito crônico está diretamente relacionado ao tempo, sendo que, acima de duas semanas é considerado crônico, e antes disso é considerado agudo”.

“O que o tutor vai perceber não é a sua frequência, mas sim o tempo [entre um vômito e outro], para saber se se trata de vômito crônico”, diz.

O vômito crônico é um sinal clínico muito comum em felinos, podendo ser associado a uma ampla variedade de doenças gastrointestinais e sistêmicas, como:
  • Distúrbios obstrutivos;
  • Corpos estranhos gástricos;
  • Intolerância ou alergia alimentar;
  • Doenças pancreáticas, hepática e renal;
  • Hipertireoidismo.
Embora, de acordo com Marianna, esteja “mais relacionado ao trato gastrointestinal, como doenças inflamatórias ou linfoma alimentar”.

Outras causas que podem levar ao vômito crônico, diz a veterinária, são as “doenças por parasitas (como a Giardia ) ou corpos estranhos que não estejam causando nenhum processo de obstrução e que não tenham sido removidos cirurgicamente ou por endoscopia. E, se tratando de gatos, também não podemos esquecer de nefropatias”.
 
De acordo com Marianna, não é possível distinguir a causa do vômito crônico por meio da aparência . “No caso do vômito agudo, pode-se pensar em intoxicações ou intolerância, de acordo com o que o animal comeu. Porém, não acontece com o vômito crônico e devemos nos focar mais em relação ao comportamento do pet, além de outras manifestações clínicas, como mau hálito, o que pode ser causado pelo que chamamos de halitose urêmica”.

Como é feito o diagnóstico da doença

Marianna diz que o vômito crônico nem sempre apresentará alterações de apetite e afirma que somente o médico-veterinário vai conseguir fazer a correlação dessas sutilezas. “Dificilmente o tutor consegue assimilar”.

O diagnóstico será feito com base em exame físico, na anamnese do paciente (quando o tutor relata ao profissional os sinais apresentados pelo animal) e alguns exames de triagem. Uma abordagem clínica detalhada deve ser feita em busca de diagnósticos para as diferentes causas possíveis.

Exames como hemograma, perfil renal, perfil hepático, frutosamina, ultrassonografia abdominal e endoscopia podem auxiliar o veterinário a identificar as causas primárias.

O tratamento mais indicado

O tratamento dependerá de qual enfermidade estiver causando o vômito, existindo três principais modalidades, são elas: tratamento de suporte, tratamento sintomático e tratamento específico – sendo o último sempre o mais recomendável, por tratar a causa primária da doença, seja ela sistêmica ou gastrointestinal.

“Quem vai definir é o médico-veterinário, tratar um nefropatia é bem diferente de tratar um paciente portador de doença inflamatória intestinal, por exemplo. Então depende de qual enfermidade que a gente está lidando”, aponta a veterinária.

Avisos importantes

Marianna alerta que o tutor jamais deve medicar o pet por conta própria e que muitos medicamentos são tóxicos para gatos.

“O tutor percebeu que  o gato está vomitando um líquido diferente e não há sinal de bola de pelo , independentemente de ser agudo ou crônico, ele deve levar o pet ao médico-veterinário o mais rápido possível. A demora no atendimento pode comprometer o sucesso do tratamento”, diz.

O mais indicado é que se procure um veterinário especialista em felinos, contudo, em uma emergência o clínico geral conseguirá fazer a estabilização do paciente, além fazer a triagem adequada, para encaminhar o paciente para a especialidade necessária para o tratamento.

“Muitas vezes o próprio clínico consegue resolver em pronto-atendimento, especialmente quando o diagnóstico é feito de forma precoce, aumentando muito a eficácia do tratamento”, completa.

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