19/06/2023 às 08h41min - Atualizada em 19/06/2023 às 08h41min

Último dia da FITA 2023 traz debates e vivências sobre turismo cultural

Autoridades ressaltaram a vocação do do Pará para o turismo religioso e cultural

com edição da Redação Belem.com.br
Agência Pará
Varanda de Nazaré
Tradições religiosas, históricas, projetos culturais foram assuntos em destaque no último painel da programação, que marcou o encerramento da 11ª edição da Feira Internacional de Turismo da Amazônia (FITA), no domingo (18), no Hangar Centro de Convenções com as participações da artista Fafá de Belém, a secretária de Estado de Cultura, Úrsula Vidal, e o historiador Dário Benedito Rodrigues.

Especialista na Festividade e Marujada de São Benedito de Bragança, Dário Benedito explica que se trata de “uma festa do povo, com o povo, de negros, celebrada a partir do associativismo religioso e cultura”. Fundada em 1798, a Festividade de São Benedito realizada há mais de 220 anos, em que os participantes usam indumentárias próprias, a Marujada dança no barracão e no Teatro Museu ao ritmo do retumbão, chorado, xote, roda, valsa e mazurca, tocados por seu grupo musical e acompanhada de milhares de pessoas.

“Faz parte de um turismo cultural e religioso, uma grande vitória do Pará registrada como Patrimônio Cultural e Imaterial do Brasil. O corpo de São Benedito, um cozinheiro filho de escravos etíopes, está em um jazigo de cristal na cidade de Palermo (Itália). É uma festa que se massificou, se tornou popular, representando toda uma cidade. Uma festa que, antes era apenas de pretos e pobres, alcançou toda a comunidade bragantina. São Benedito deixa todo mundo igual, iguala qualquer pessoa, o turismo cultural tem essa capacidade”, explicou.

Fafá de Belém falou do sonho, trajetória e construção da Varanda de Nazaré, como um projeto de promoção da cultura e religiosidade paraense há 13 anos. “A nossa fé termina em festa,  abre as casas. Quando eu comecei a Varanda, eu tinha um sonho: fazer do Círio de Nazaré não só orgulho de paraenses, mas de todos os brasileiros. Mostrar a potência dessa crença, dessa cultura, dessa diversidade, que não é só do Pará, mas é do Brasil”, declarou.

A primeira edição da Varanda de Nazaré foi realizada em 2010, 13 anos atrás, com 30 embaixadores, com o objetivo de dar visibilidade e alcance nacional ao ritual católico e mariano. Hoje, a Varanda contempla o Sarau da Fafá, apresentações artísticas, a Romaria Fluvial, vivência na cultura amazônica e a TV Varanda (cobertura online em tempo real).

“Mais de 350 empregos são gerados no Pará com a preparação e os dias da Varanda. Foram 6 milhões de visualizações na Varanda online durante a pandemia. Hoje são mais de 400 embaixadores, parceria com marcas e instituições para o crescimento da estrutura. O custo do investimento é de 3 milhões de reais entre hotéis, passagens aéreas, pacotes da romaria fluvial, logística, alimentação, transfers, profissionais, produtores, músicos, artistas, etc”, revela a cantora.

“O governador Helder está jogando um canhão de luz sobre o nosso estado. E a Varanda é do povo do Pará, é de Nazinha; o nosso partido tem que ser esse estado, as nossas festividades. Nós somos artistas, somos fomentadores de cultura, vivemos do brilho nos olhos do outro”, arrematou.

Úrsula Vidal trouxe números apresentados pelo Observatório do Itaú Cultural, em uma reunião de secretários e dirigentes da cultura no país, sobre um levantamento do impacto da cultura e da arte: a indústria cultural possui mais de 7,5 milhões de pessoas trabalhando na chamada economia criativa e responde por 3,11% do PIB nacional. “Números que não captam o quanto movimenta na economia do Pará e da Amazônia, a Festividade de São Benedito em Bragança, o Festribal em Juruti, Festival de São Sebastião em Cachoeira do Arari, o Festival do Abacaxi, o Festival do Camarão, entre tantos outros”, detalhou.

A secretária mencionou ainda a necessidade de contrapartida da iniciativa privada para o desenvolvimento econômico e social, para geração de emprego e renda, mobilidade urbana, saneamento, rede hoteleira, entre outros serviços. “Precisamos de recurso e acesso facilitado ao recurso de fundos e organismos internacionais para projetos de transformação da Amazônia. A cultura também é preservação do meio ambiente porque é nosso modo de vida e a experiência dessa vivência é turismo”, reforçou.

Convidado a encerrar o painel, o secretário de Estado de Turismo, Eduardo Costa, falou da sua crença no potencial do turismo religioso e cultural. “Temos que incentivar. Eu fiz questão de levar São Benedito comigo para um evento em São Paulo, ao meu lado num assento de avião, uma exposição no Museu de Arte Sacra de São Paulo e também, em Brasília, no Senado Federal”, contou.

Eduardo Costa revelou contatos com o Consulado Geral, em Miami, para realização de um Círio de Nazaré com a nossa Imagem Peregrina, com dança, gastronomia, aproveitando o voo direto da Azul de Belém para Fort Lauderdale, na Flórida, nos Estados Unidos.

“Quero lembrar que Secult e Setur são Secretarias irmãs de um Pará multicultural. Temos que materializar o tão falado potencial que possuímos. Temos a nossa biodiversidade da floresta, o turismo religioso e cultural, a gastronomia, o turismo de pesca. O maior legado que a COP vai nos trazer certamente será na atividade do turismo”, concluiu.  
 
 
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