29/08/2023 às 09h36min - Atualizada em 29/08/2023 às 09h36min

'Dia D 'alerta sobre medidas de prevenção aos acidentes de escalpelamento

O intuito é zerar o número de casos no Pará.

com edição da Redação Belem.com.br
Agência Pará
NCS/Seju
Em alusão ao Dia de Combate e Prevenção ao Escalpelamento, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) reforça os cuidados para evitar esse acidente, que pode deixar marcas pelo resto da vida. São ações que devem ser executadas por responsáveis pelas embarcações e pelos passageiros. O intuito é zerar o número de casos no Pará.

Entre as ações mais importantes realizadas pela Sespa estão o resgate, fortalecimento e monitoramento dos Comitês Municipais de Combate ao Escalpelamento em Abaetetuba e Barcarena, ambos na região do Baixo Tocantins, e as reuniões técnicas com representantes das secretarias municipais de Saúde, Educação e Assistência Social de Igarapé-Miri e Breves, para a discussão de estratégias e orientação de condutas destinadas à prevenção de acidentes com escalpelamento. 

Acidentes

O acidente geralmente ocorre quando o cabelo de um passageiro ou passageira se prende ao eixo do motor da embarcação, arrancando violentamente o couro cabeludo e podendo afetar áreas do rosto, deixando cicatrizes e deformações permanentes. Em casos mais extremos, o acidente pode causar intensa hemorragia, podendo chegar a morte.

Vítima de escalpelamento em 2001, Anny Almeida é moradora de Abaetetuba e participa de eventos para contar a história de seu acidente e do processo de recuperação posterior. Segundo ela, uma vítima de escalpelamento total, como foi seo caso dela, não existe alta definitiva, sempre há exames e cirurgias para serem feitos. Ela até hoje realizou 37 procedimentos cirúrgicos para mitigar os efeitos do acidente.“Estou sempre indo a otorrinolaringologistas e oftalmologistas para avaliação constante. Minha última cirurgia foi feita há três anos, mas sei que ainda tenho que monitorar meu caso e me preparar para a realização de possíveis novos procedimentos”, declarou.

Até agora, em 2023, aconteceram três casos no Estado, enquanto no mesmo período de janeiro a agosto do ano passado, foram registrados quatro. Todos estes acidentes ocorreram na região do Marajó. A Coordenadora Estadual de Saúde Indígena e Populações Tradicionais da Sespa (Cesipt), Tatiany Peralta, falou que os maiores esforços para conscientização da importância dos cuidados são feitos no Marajó:

“Estamos sempre fazendo ações pontuais na região, onde são registrados os maiores números de casos. Procuramos fazer um trabalho para que seja incluído no programa educacional das crianças do Marajó materiais que ajudem a prevenir acidentes. Infelizmente, os mais jovens estão entre as vítimas mais recorrentes de escalpelamento”, declarou.

Prevenção

A principal medida de prevenção a ser tomada pelos responsáveis por embarcações é cobrir o eixo do motor. Esta proteção é instalada gratuitamente pela Capitania dos Portos da Amazônia Oriental da Marinha do Brasil.

Já os passageiros, sejam adultos ou crianças, devem seguir algumas recomendações: manter o cabelo preso em forma de coque e de preferência coberto com boné e não usar rabo de cavalo; não se movimentar no barco enquanto o motor estiver ligado; não abaixar para juntar objetos no fundo da embarcação; tomar cuidado com tecidos que possam se enrolar no eixo do motor; ficar afastado do volante da embarcação; evitar andar em barcos cujo eixos estejam descobertos.

Tratamento

No caso da ocorrência de acidente, a Coordenadora Tatiany explica o procedimento padrão no Estado. “Inicialmente a vítima recebe os primeiros socorros no município de ocorrência ou no Hospital Metropolitano para estabilização do quadro. Depois, é encaminhada para a Santa Casa do Pará, em Belém, referência estadual no atendimento a casos de escalpelamento”, explicou.

Durante o tratamento, o Estado disponibiliza às vítimas e sua família o Espaço Acolher. Trata-se de uma casa que garante acolhimento provisório para moradores de fora de Belém ficarem durante os tratamentos necessários na capital.
 

 

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