Na noite desse domingo (17), o Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde, informou que o Brasil deixa de ter o cenário de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin), por conta da pandemia de covid-19. Mas, o que isso significa na prática? Quais são os benefícios? Há preocupação dos especialistas? O portal Belem.com.br conversou com o imunologista Luiz Weber Bandeira, que também é professor universitário do IDOMED. Confira:
- Belem.com.br - A decisão, levando em consideração o quadro sanitário atual do país, é acertada?
- Luiz Weber Bandeira - Pertencendo como conselheiro científico do Comitê de Enfrentamento à covid-19 da Cidade do Rio de Janeiro, concordo que as estáticas nos permitem indicar uma flexibilização das condutas restritivas que foram adotadas para o enfrentamento à pandemia. Com relação ao uso dos equipamentos de proteção fica entendido que a obrigação do uso de equipamentos de proteção coletiva -máscaras- foi abolida, porém se desejado o uso da proteção individual pode ser realizada.
- Belem.com.br - Até que ponto a vacinação e os cuidados contribuíram para a flexibilização?
- Luiz Weber Bandeira - Sim, com certeza. A proteção coletiva com máscaras, os cuidados de espaçamento entre as pessoas, o evitar das aglomerações e principalmente a vacinação dos brasileiros inclusive as crianças contribuíram para o controle da pandemia e da flexibilização.
- Belem.com.br - Com o "relaxamento", há possibilidade de uma nova onda da Covid-19 no Brasil?
- Luiz Weber Bandeira - Devemos manter a vacinação anti covid-19, porém o percentual de vacinados e os dados de acompanhamento epidemiológico não indicam, no momento, uma nova onda, porém estamos atentos a qualquer indício que possa ocorrer.
O imunologista, Weber Bandeira, esclareceu as informações sobre o a decisão do Ministério da Saúde. (Foto: Divulgação)
Cenário no Brasil
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil tem mais de 70% da população com o esquema vacinal contra a covid-19 completos, e 39% dos brasileiros tomaram a dose de reforço contra o novo coronavírus.
Do início da pandemia até agora, de acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil tem mais de 30 milhões de casos confirmados da covid-19, com quase 30 milhões de pessoas recuperadas. Nos últimos dias, o país registrou 2.541 novos casos da doença, e 22 novas mortes.