20/05/2022 às 10h26min - Atualizada em 20/05/2022 às 10h26min

Maio Laranja: mês marca a luta contra o abuso sexual infantil

A data faz memória à menina capixaba Araceli Crespo, morta brutalmente em 1973

Fernanda Cavalcante - Redação Belem.com.br
Em 2022, já foram registradas 4.486 denúncias de violações contra crianças e adolescentes ligados a violência sexual. (Foto: Divulgação)

                                                                                                              
O mês de maio é dedicado à Campanha Nacional de Combate ao Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A data, que marca a campanha é o dia 18 de maio, faz memória à menina capixaba Araceli Crespo, de apenas oito anos de idade, sequestrada, drogada, espancada, estuprada e morta em 1973.

Dados levantados pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) revelam que, em 2022, já foram registradas 4.486 denúncias de violações contra crianças e adolescentes ligados a violência sexual. Em 2021, houve 18.681 registros contabilizados entre as denúncias recebidas pela Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, equivalente a 18,6% dos relatos.


Mais números

Ainda de acordo com o levantamento de 2021, o cenário da violação que aparece com maior frequência nas denúncias é a residência da vítima e do suspeito (8.494), a casa da vítima (3.330) e a casa do suspeito (3.098).
O padrasto e a madrasta (2.617) e o pai (2.443) e a mãe (2.044) estão entre os maiores suspeitos nos casos. Em quase 60% dos registros, a vítima tinha entre 10 e 17 anos. Em cerca de 74% dos casos, a violação é contra meninas.

Para a professora de Pedagogia da Faculdade Uninassau, Milene Leal, a data precisa ser debatida com urgência nos espaços. “Essa data precisa servir de suporte para lutarmos todos os dias contra a exploração sexual de crianças e adolescentes. É um debate urgente, que precisa ser fortalecido no seio social. Defendo aqui, que sejam acentuadas as práticas pedagógicas que tragam a educação sexual como debate nas escolas, problematizar temas como esse deve ser essencial para o embate contra esse tipo de violência”, afirmou.

Ainda de acordo com a professora Milene, o "Maio Laranja" ajuda no enfrentamento, não apenas da violência sexual contra crianças e adolescentes, mas de adultos e idosos também. “É momentos de nos engajarmos nessa luta coletiva e dizer não a esse tipo de crime. Nosso papel é fortalecer a pressão no poder público para que a cultura do respeito às infâncias e o combate ao abuso sexual infantil seja fortalecida por meio de ações, políticas públicas, acesso à informação e o reforço da educação sexual nas escolas”, destacou Milene.

“Cabe destacar a importância de ter um acompanhamento sociopsicopedagógico que auxilie na compreensão e superação de tal abuso. As marcas são profundas e trazem prejuízos que podem se estender por toda vida se não acompanhado por profissionais e com acolhimento afetuoso da família e amigos”, concluiu a pedagoga Milene Leal.


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