18/11/2022 às 09h00min - Atualizada em 18/11/2022 às 09h00min

Pará intensifica fiscalização após alerta sobre Influenza aviária na Colômbia

Brasil tem o terceiro maior plantel avícola do mundo

Com edição da Redação Belem.com.br
Agência Pará
Brasil tem o terceiro maior plantel avícola do mundo. (Foto: Divulgação / Ag. Pará)

                                                                                                                                           
O Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) emitiu Nota de Alerta sobre a Influenza aviária de alta patogenicidade, detectada na Colômbia. A doença nunca foi diagnosticada no território brasileiro. Porém, como a Colômbia faz fronteira com o Estado do Amazonas foi solicitado aos Serviços Veterinários Oficiais dos estados a adoção de medidas de prevenção para evitar a entrada do vírus no Brasil, que tem o terceiro maior plantel avícola do mundo e é o maior exportador de carne de frango, comercializando para mais de 150 países.


Com a finalidade de proteger a cadeia avícola, o Ministério informou que faz o acompanhamento permanente da doença no mundo, e que atua com os órgãos estaduais de sanidade agropecuária e setores privados da avicultura para garantir uma resposta rápida em caso de ocorrências no País.

O Pará protege seu plantel avícola por meio de ações realizadas pela Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), principalmente com o objetivo de implementar a biosseguridade nos aviários, fazendo com que os estabelecimentos cumpram os pré-requisitos de sanidade avícolas preconizados na Instrução Normativa 56/2007 do Mapa. A legislação define os procedimentos para registro, fiscalização e controle sanitário dos estabelecimentos avícolas, a fim de mitigar os riscos de transmissão da Influenza aviária e outras doenças nas granjas.

Legislação

De acordo com a médica veterinária Lettiere Lima, fiscal estadual agropecuária da Agência, por meio do Programa Estadual de Sanidade Avícola é implementada a legislação sobre sanidade avícola. “Nós já temos hoje, no Estado do Pará, 330 granjas registradas, ou seja, certificadas conforme a legislação. São granjas de corte e de postura, um matrizeiro em Santarém em processo de registro e nove incubatórios ativos, que estão sendo regulamentados pelo Mapa. Os estabelecimentos avícolas do Pará foram aprovados em todos os requisitos de sanidade avícola do Ministério”, informou a veterinária.

A Adepará também monitora periodicamente os sítios de aves migratórias. No Pará existem três sítios de aves migratórias no Arquipélago do Marajó (municípios de Breves e São Sebastião da Boa Vista); Baía de Marajó (Vigia de Nazaré, São Caetano de Odivelas e Curuçá) e em Salinópolis, no nordeste paraense. “Nós coletamos materiais biológicos das aves de subsistência nos sítios de aves migratórias para pesquisa de doenças, como Influenza aviária e doença de Newcastle, e encaminhamos para o laboratório do Mapa, em Campinas, em São Paulo. Até hoje não houve nenhum caso”, garantiu a fiscal.

A médica veterinária assegurou ainda que há todo um cuidado do setor produtivo para garantir a biossegurança do plantel avícola. “Nossos aviários da avicultura industrial de corte são todos telados. O objetivo é fazer com que as aves que estão dentro do aviário não tenham contato com aves de vida livre, que é um pré-requisito da legislação”, complementou.

A avicultura tem grande importância para a economia do Pará. Por isso, a Adepará alerta produtores da cadeia avícola para a necessidade de colocar em prática medidas de biossegurança nas propriedades e intensificar as boas práticas de criação, além de comunicar o SVO (Serviço de Verificação de Óbito) tão logo observe algum sintoma da doença entre as aves. “Nós contamos com a colaboração do Conselho Estadual de Sanidade Avícola (Coesa), formado pelo setor produtivo, órgãos de fiscalização e instituições de ensino e pesquisa, que têm realizado reuniões no sentido de fazer o acompanhamento das ações em virtude do alerta emitido pelo Mapa”, declarou.

Influenza na Colômbia

De acordo com o Ministério, em outubro e novembro deste ano a Colômbia detectou Influenza aviária de alta patogenicidade em propriedades de aves de subsistência, tendo como fonte de infecção aves silvestres migratórias. Foram afetadas propriedades em Acandí, Chocó e na zona rural do município de Cartagena, localidades distantes da fronteira com o Brasil.

Devido à primeira notificação da doença em um país da América do Sul, o grande número de ocorrências reportadas em diversos países e o início do período de maior migração de aves silvestres para o Brasil, o Mapa pediu atenção especial para três pontos: Fortalecimento da interação do SVO com o setor produtivo e com os órgãos de meio ambiente, para fortalecimento das medidas de vigilância e biosseguridade; Reforço das orientações para a equipe técnica dos órgãos estaduais de Sanidade Agropecuária para vigilância passiva de aves domésticas e silvestres, e atendimento a notificações de suspeitas; Reforço na disponibilidade de equipamentos de proteção individual (EPIs) e materiais para coleta e envio de amostras de casos suspeitos, e intensificação das fiscalizações dos estabelecimentos avícolas para verificação do cumprimento das medidas de biosseguridade.

Alto contágio

A Influenza aviária é uma doença viral altamente contagiosa, que afeta várias espécies de aves domésticas e silvestres, e também o homem. De notificação obrigatória, a doença é uma preocupação mundial. As variantes virais de alta patogenicidade provocam prejuízos econômicos com a mortalidade nos plantéis comerciais. Por causa dos danos à saúde humana e animal, e das consequências econômicas e sociais, a prevenção e o combate à Influenza aviária são uma prioridade global.

Principais sinais da doença: Aumento repentino de mortalidade de aves da criação; secreção nasal, tosse e espirros; diminuição na produção de ovos; diarreia e desidratação; falta de energia e diminuição no consumo de ração; incoordenação motora (sintomas nervosos) e sinais de apatia nas aves.

Serviço

Em caso de suspeita da doença, o produtor deve informar a Adepará ou fazer a notificação acessando o e-SISBRAVET pelo link.


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