As visitas são uma parceria da SEAP com a UNP, composta por voluntários da Igreja Universal do Reino de Deus. (Foto: Uchoa Silva / Ag. Pará)
Sorrisos, abraços, carinhos e afagos deram o tom na visita especial, alusiva ao Natal, das crianças aos pais custodiados das unidades penais de todo o Pará, na última terça-feira (27). No Complexo Penitenciário de Santa Izabel, os voluntários da Universal Nos Presídios (UNP), da Igreja Universal, em parceria com servidores da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP), promoveram um café da manhã com presentes para as crianças na Colônia Penal Agrícola de Santa Izabel e na Cadeia Para Jovens e Adultos (CPJA).
A ansiedade tomou conta dos pequenos, minutos antes de ser iniciada a visita aos pais na CPASI. Servidores da Diretoria de Assistência Biopsicossocial (DAB) e da própria unidade se apressaram em improvisar mesas, cadeiras, desenhos para colorir, lápis de cera e canetinhas coloridas para a criançada se entreter com brincadeiras e atividades lúdicas.
Quando receberam a autorização para se encontrar com os pais, a emoção tomou conta do ambiente. Independente da condição em que se encontram, o reencontro, o carinho e o amor de pais e filhos não é diferente. Abraços, sorrisos, conversas e carinho se multiplicaram no auditório da CPASI.
Esse clima já era previsto e é o que se procura trazer para o ambiente carcerário nesse período, ressalta o Secretário Adjunto de Gestão Operacional da SEAP, Ringo Alex. Ele destaca também que a visita das crianças, assim como a visita social, atende um dos pilares de sustentação e da missão institucional da secretaria, que é manter a custódia, promover ações de reinserção social e da humanização da pena.
“A visita distensiona o cárcere, tranquiliza e traz paz dentro das nossas unidades prisionais. Além disso, promove às pessoas privadas de liberdade (PPLs) de verem seus entes queridos e principalmente seus filhos. Dois dias após a data do Natal, a SEAP autoriza e presenteia todos os PPLs com a visita de crianças. Isso também garante todas as prerrogativas da Lei de Execuções Penais, promovendo a humanização da pena. Isso é muito importante e deixa o ambiente de trabalho mais tranquilo para que se possa desenvolver melhor as atividades diariamente”, afirma Ringo Alex.
Thamires Gama Portal, coordenadora de assistência social da DAB da SEAP, compartilha da visão que a visita das crianças ajuda a trazer tranquilidade para o ambiente carcerário, mas ressalta que a atividade contribui também para a ressocialização dos internos. “A gente acredita que a visita de criança é de extrema importância até para esse interno que está há muito tempo sem ver seus filhos. É até uma forma de estímulo para eles quererem mudar de vida e saírem daqui para encontrar as famílias”, defende a coordenadora.
Voluntariado
As visitas são uma parceria da SEAP com a UNP, composta por voluntários da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). São eles que promovem a organização, doação de brinquedos, panetones para as famílias e o café da manhã especial para os presentes na CPASI. Na CPJA foram instalados brinquedos infláveis para a diversão das crianças, mas pais e demais familiares dos custodiados também participaram da visitação.
Relembrando sua própria trajetória como ex-interno do sistema prisional, o empresário Anselmo Alves, de 29 anos, coordena a equipe de 10 voluntários que organizaram o evento. Ele destacou que a parceria com a SEAP já existe há um bom tempo e considera esse trabalho muito gratificante. Anselmo relata que conheceu o trabalho da Igreja Universal fora da prisão e depois de conhecer, se identificou e hoje trabalha ajudando outras pessoas.
“Hoje estamos trazendo não só um alimento físico, mas o alimento espiritual que é mais importante, a palavra de Deus. Quando nós trazemos a palavra de Deus, eu ajudo outras pessoas, eu ajudo familiares e presidiários. Hoje a gente já trouxe uma palavra para eles do Bispo Macedo, e a gente vai fazer uma entrega de brinquedo e estamos servindo um café especial”, explicou o empresário.
L. F. Coelho, de 25 anos, é interno da CPASI, e não largou o filho um só momento durante o período da visita. Ele também recebeu o carinho do filho de sete anos a todo momento. Para ele, a visita é um momento gratificante e quebra a rotina cotidiana do cárcere.
“Nós estamos aqui nesse lugar, não só aqui como no (regime) fechado. A gente fica muito feliz de ver nossa família, nosso filho. É um trabalho muito bom da SEAP, da Casa Penal e da Universal, por fazerem isso por nós. É um momento muito bom”, concluiu o interno.
