04/05/2023 às 10h38min - Atualizada em 04/05/2023 às 10h38min

Como o ChatGPT está atrapalhando empresas de educação

Ações de empresas educação despencaram após uma delas divulgar que ChatGPT estava afetando crescimento de clientela

Com edição da Redação Belem.com.br
Olhar Digital
Reprodução

A corrida da IA (inteligência artificial) já tem perdedores. Nesta semana, empresas de educação negociadas nas bolsas de valores de Londres e Nova York viram centenas de milhões de dólares serem eliminados de suas avaliações após a Chegg – empresa estadunidense que fornece ajuda online a estudantes para trabalhos de redação e matemática – divulgou que o ChatGPT estava afetando o crescimento da clientela.


Empresa disse ter visto “aumento significativo” no número de alunos usando o chatbot da OpenAI e retirou sua previsão de lucros para o resto do ano, alertando que as receitas já haviam sido atingidas. ChatGPT compartilha quase metade do valor. As ondulações foram sentidas em Londres, onde ações da gigante da educação Pearson fecharam em queda de 15%.


ChatGPT em retrospecto


O ChatGPT se tornou um fenômeno desde seu lançamento, em novembro de 2022. Isso graças à sua capacidade de gerar respostas plausíveis – inclusive na forma de ensaios acadêmicos – para prompts de texto. Chatbot atingiu 100 milhões de usuários em dois meses. Agora, está começando a ter impacto nas empresas.


Temores sobre consequências inesperadas do desenvolvimento descontrolado da IA ​​levaram à publicação, em março, de uma carta – cujos signatários incluíam Elon Musk e Steve Wozniak, cofundador da Apple – pedindo uma pausa na criação de “IAs gigantes” por pelo menos seis meses. Documento aludiu aos impactos econômicos, perguntando se deveríamos “automatizar todos os trabalhos, inclusive os satisfatórios”.


Enquanto governos e empresas privadas por trás da IA ​​generativa – tecnologia de chatbots como o ChatGPT – estão sendo convocados para agir, a mudança já está acontecendo.


Desdobramentos recentes


Nesta semana, Geoffrey Hinton, cientista britânico da computação considerado padrinho da IA, deixou o Google ao alertar sobre o impacto da tecnologia no mercado de trabalho e o “risco existencial” representado pela criação de uma verdadeira inteligência digital.


O FEM (Fórum Econômico Mundial), organização por trás de Davos, disse, também nesta semana, que espera que mudanças tecnológicas, incluindo IA, causem perturbações “significativas” nos mercados de trabalho.


Fórum pesquisou mais de 800 empresas, totalizando 11,3 milhões de funcionários. Segundo levantamento, 25% deles esperavam que IA causasse perdas de empregos. Porém, 50% acreditava que tecnologia vai estimular crescimento de empregos.


Em março, o banco Goldman Sachs disse que avanços recentes em IA poderiam levar à automação de cerca de 300 milhões de empregos em período integral, com advogados e funcionários administrativos entre os afetados.


Impactos reais do chatbot


Anúncios como da Chegg estão concretizando essas previsões. Enquanto a Pearson recuperou metade de suas perdas no início das negociações na quarta-feira (03), a Chegg recuperou apenas 12%, permanecendo bem abaixo após a queda de 48% na terça-feira (02).


Até o chefe do Google, que lançou um rival do ChatGPT – o Bard – disse que a velocidade do desenvolvimento da IA ​​o mantém acordado à noite.


Esse movimento está sendo impulsionado pelo setor privado. De acordo com o relatório anual AI Index, a indústria de tecnologia produziu 32 modelos significativos de aprendizado de máquina em 2022, em comparação a três produzidos pela academia. Os imperativos comerciais vão acelerar a corrida da IA ​​e fazer com que tentativas de regulamentação pareçam ainda mais lentas.


Uma das críticas à carta aberta, feita pelo Distributed AI Research Institute, foi que o texto ignorou “danos reais resultantes da implantação de sistemas de IA hoje”. Como mostrou o aviso da Chegg, impactos já se tornaram realidade.


Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Como podemos te ajudar?