21/06/2023 às 11h37min - Atualizada em 21/06/2023 às 11h37min

Skate: de contracultura a esporte olímpico

As olímpiadas de Tóquio foram uma peça chave para mudar a percepção do público sobre o esporte

Flávia Rocha
Reprodução
A história do skate teve início na década de 60, época em que um grupo de surfistas da Califórnia, Estados Unidos, tiveram a ideia de criar algo semelhante às pranchas de surfe para ser usado no chão durante as épocas do ano que não dava para surfar de verdade (baixa maré).

Assim, os surfistas o sidewalk surf, ou “surfe no asfalto”. Por volta de 1965, os primeiros skates começaram a ser vendidos. Entretanto, os mesmos eram bem diferentes do que vemos hoje em dia. Na verdade, havia apenas uma grande prancha reta com quatro rodinhas. Não havia nem a parte dianteira, nem a traseira (nose e tail, respectivamente).

A década de 80 foi muito importante para o skate, uma vez que dois dos maiores nomes do esporte surgiram nesta época. Rodney Mullen foi um dos grandes revolucionários da modalidade, já que a grande maioria das manobras que existem hoje em dia ou são de sua criação ou são derivadas de sua criatividade. Outra lenda do esporte foi Tony Hawk. Sua ousadia em enfrentar desafios cada vez mais difíceis lhe rendeu o título de maior skatista de todos os tempos.
 
Preconceito


Por muito tempo a prática do skate, e tudo relacionado a subcultura que surgiu ao redor do esporte, foi associado com características negativas, e era considerado “esporte de vagabundo”.

Num Estados Unidos dominado por esportes com regras e regulamentos rígidos e confinados a um campo de jogo, o skate ofereceu uma liberdade e desestrutura. Não havia pontuação, estádios ou, mesmo, limites. A improvisação era celebrada, não castigada.

Ser um esporte criado a partir das margens da sociedade é parte integral da história do skate no mundo, tanto que a comunidade teve reações mistas a inclusão do esporte como parte das olímpiadas. Segundo a opinião de alguns praticantes, umas vez que o skate está intrinsicamente ligado à contracultura e à resistência, a participação em um evento como este seria uma contradição.

Rumo à Tóquio

De qualquer forma, as olímpiadas de Tóquio foram uma peça chave para ajudar acabar algumas das percepções negativas do público sobre o esporte. O evento foi realizado em julho de 2021, com um ano de atraso, por conta da pandemia de Covid-19.

Uma das modalidades apresentadas foi a Street, que como o próprio nome sugere, traz dificuldades comuns às ruas das cidades como rampas, escadarias e corrimões. A outra foi a Park, em que os competidores deslizam por uma pista que se assemelha a uma piscina vazia e encontram pelo caminho obstáculos como curvas e bowls. 

Com o skate, o Brasil conquistou três medalhas de prata na Tóquio 2020: Kelvin Hoefler, no street masculino; Rayssa Leal, no street feminino e Pedro Barros no park.  

Atualmente, o skate é o sétimo esporte mais praticado no Brasil.

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