Reprodução Com títulos de reconhecimento internacional, como uma das melhores universidades da América Latina, por exemplo, conforme o levantamento da companhia britânica Quacquarelli Symonds (QS), a Universidade Federal do Pará (UFPA) completou, esta semana, 66 anos de existência. Na avaliação do reitor Emmanuel Tourinho, apesar de viver uma crise financeira e orçamentária nos últimos seis anos, a instituição tem diversas conquistas para celebrar.
A Universidade, atualmente, está presente em 76 municípios paraenses, com mais de 157 cursos de graduação, quase 300 cursos de pós-graduação, além de ensino básico, técnico e tecnológico, que congregam cerca de 50 mil alunos e 7 mil servidores, entre docentes e técnicos administrativos. Na visão do gestor, a UFPA sexagenária tem se consolidado na posição de produtora de conhecimento sobre e na Amazônia.
"A Universidade tem um papel fundamental porque ela é a instituição que mais conhece, do ponto de vista científico, e que mais produz conhecimento sobre essa realidade. Nós vimos de reduções orçamentárias desde 2016. No orçamento de 2023 tivemos um pequeno complemento, mas ainda não voltamos para o patamar de financiamento anterior à crise. Contudo, nós temos dado todas as condições para que os Grupos de Pesquisa continuem trabalhando e se desenvolvendo e temos colhido resultados muito bons. A produção científica da Universidade cresce de forma exponencial, a qualidade dessas publicações cresce em níveis internacionais", diz Tourinho.
Com títulos de reconhecimento internacional, como uma das melhores universidades da América Latina, por exemplo, conforme o levantamento da companhia britânica Quacquarelli Symonds (QS), a Universidade Federal do Pará (UFPA) completou, esta semana, 66 anos de existência. Na avaliação do reitor Emmanuel Tourinho, apesar de viver uma crise financeira e orçamentária nos últimos seis anos, a instituição tem diversas conquistas para celebrar.
A Universidade, atualmente, está presente em 76 municípios paraenses, com mais de 157 cursos de graduação, quase 300 cursos de pós-graduação, além de ensino básico, técnico e tecnológico, que congregam cerca de 50 mil alunos e 7 mil servidores, entre docentes e técnicos administrativos. Na visão do gestor, a UFPA sexagenária tem se consolidado na posição de produtora de conhecimento sobre e na Amazônia.
"A Universidade tem um papel fundamental porque ela é a instituição que mais conhece, do ponto de vista científico, e que mais produz conhecimento sobre essa realidade. Nós vimos de reduções orçamentárias desde 2016. No orçamento de 2023 tivemos um pequeno complemento, mas ainda não voltamos para o patamar de financiamento anterior à crise. Contudo, nós temos dado todas as condições para que os Grupos de Pesquisa continuem trabalhando e se desenvolvendo e temos colhido resultados muito bons. A produção científica da Universidade cresce de forma exponencial, a qualidade dessas publicações cresce em níveis internacionais", diz Tourinho.
O reitor destaca como conquista o fato de, nos últimos seis anos, a instituição ter aberto mais de 40 cursos, entre graduação, mestrado e doutorado. "Nós também tivemos, na última avaliação nacional da pós-graduação, um resultado extraordinário: 57 cursos de mestrado e doutorado subiram de nota. Nem nós esperávamos tudo isso, mas é um reconhecimento do que a Universidade tem feito".
Metas e desafios
Apesar de reconhecer as conquistas, o reitor ressalta que não é algo com o qual a Universidade deve se contentar e estagnar. Emmanuel Tourinho fala dos desafios que a UFPA tem pela frente para avançar: alcançar mais municípios no Pará, produzir mais conhecimento e soluções para problemas da Amazônia e intensificar o relacionamento com os setores organizados da sociedade civil.
"A região amazônica e, em especial, o Pará, tem indicadores populacionais que estão entre os piores do Brasil. O Brasil já tem uma taxa de acesso ao Ensino Superior muito inferior à taxa dos países desenvolvidos, mas a Amazônia, em particular, tem uma taxa ainda mais baixa. Por isso, nós precisamos expandir as oportunidades de formação na nossa região. Além disso, os nossos problemas são muito particulares da realidade amazônica e nós não teremos capacidade de construir um futuro para a Amazônia sem ciência. Nós não conhecemos nem 10% da biodiversidade amazônica, não conhecemos plenamente as nossas próprias populações, suas histórias, culturas, necessidades, saberes tradicionais... Então nós temos que conhecer para ter condições de construir um projeto de desenvolvimento à altura dos nossos desafios. O terceiro desafio é interagir mais intensamente com os atores sociais da Amazônia para que possamos dar uma contribuição mais avançada".
Atendimento à população
Para o reitor da UFPA, um dos grandes papéis da Universidade é oferecer serviços e assistência às populações amazônicas, não apenas por meio da produção de conhecimento, academicamente falando, mas também por meio de projetos de extensão e outras atividades que dialogam com o dia a dia das pessoas.
"A Universidade não é só uma instituição com salas de aula. Nós temos dois hospitais universitários de alta complexidade que atendem população exclusivamente pelo SUS, que são referência em doenças raras, transplante, oftalmologia, doenças infecto-contagiosas e muitas outras áreas. Nós temos o Teatro Cláudio Barradas, importante no âmbito da cultura, assim como o Museu da Universidade, além de vários laboratórios e clínicas, não só na área de saúde, mas também de Direitos Humanos, transporte, educação", destaca Tourinho.
Expectativas de melhorias
Uma das dificuldades enfrentadas pela UFPA, hoje, segundo o gestor, é a falta de crescimento em mão-de-obra, uma vez que existe uma defasagem no número de servidores na Universidade, que não tem acompanhado o crescimento da demanda.
O reitor destaca, por exemplo, a diferença entre a UFPA e a federal do Rio de Janeiro: "A universidade próxima da gente, que é a UFRJ, é 20% maior que a UFPA, mas tem 50% a mais de professores e técnicos. Então, nós estamos com um número muito inferior à nossa necessidade e nesse período em que nós crescemos, esse corpo ainda diminuiu. Esse é um problema que temos levado ao Ministério da Educação, porque vários setores sentem essa falta de pessoal no processo de crescimento".
Sede da ciência da América Latina em 2024
Em 2024, a UFPA será a sede do que é considerado o maior evento científico da América Latina: o encontro anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) que deve reunir cerca de 15 mil lideranças científicas no campus Guamá. Para Emmanuel Tourinho, essa é uma oportunidade de articular cientistas locais para levantar pautas relevantes para a Amazônia à nível nacional e internacional, a partir do olhar da região.
"Esse é o momento da comunidade científica se preparar para dar o tom, chamar atenção para o que nós entendemos que são os grandes problemas da Amazônia e o que nós entendemos que precisa ser uma agenda nacional em favor da Amazônia. É muito importante para que a comunidade científica amazônida faça uma intervenção firme nesse debate sobre o que deve ser essa agenda científica nacional, com respeito à região".