12/07/2023 às 08h18min - Atualizada em 12/07/2023 às 08h18min

Seduc promove reunião para discutir combate ao racismo

Iniciativa marca a 1ª reunião aberta de alinhamento da Assessoria de Convivência Educacional

com edição da Redação Belem.com.br
Agência Pará
Ascom Seduc
Discutir sobre o racismo nas escolas e periferias, refletir sobre as desigualdades que marcam a história da população negra brasileira e construir políticas públicas capazes de enfrentar o racismo estrutural na sociedade. Esses são os objetivos principais que levaram a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) a realizar, na manhã desta terça-feira (11/07), a 1ª reunião aberta de alinhamento da Assessoria de Convivência Educacional, realizada no auditório da secretaria.

Durante a abertura do evento, o psicólogo clínico Mário Augusto, coordenador da  Assessoria de Convivência Educacional, falou sobre a questão racial e conscientização para o enfrentamento do racismo. 

“É muito importante entendermos a constituição racial dos nossos estudantes, e isso impacta diretamente na convivência. Então, quando nossos servidores entendem que o trabalho deles pode ser antirracista, a gente vai entregar para unidade escolar uma qualidade de ensino muito melhor, vamos entender que não podemos mais reproduzir o racismo. Como dizia Angela Davis: já não basta não ser racista, nós temos que ser antirracistas”, ressaltou.

A reunião foi conduzida pela professora doutora Adriana Moura, que apresentou sua tese de doutorado com o título “Nem tão escura para ser negra, e preta, jamais”, relacionada à pesquisa sobre o racismo, subjetividade e identidade, discutindo os impactos do racismo na subjetividade de jovens que vivem na periferia de Belém.

“O objetivo dessa discussão é que o racismo impacta na vida dos jovens negros e negras que moram na periferia de Belém, como é que se constitui essa subjetividade, de forma que essa configuração subjetiva do racismo muitas vezes gera sentimentos autodestrutivos, sentimentos de auto anulação, leva à depressão. É um processo de confirmação, de autoafirmação da identidade, que vai fazer com que esses jovens se reposicionem na sociedade, se recoloquem na sociedade e consigam ter forças pra poder enfrentar o racismo cotidiano”, enfatizou a doutora. 

A servidora Joana Machado, coordenadora da Educação no Campo na Seduc, participou do evento e avaliou a iniciativa como um feito histórico para a educação no Estado. 

“Ele [Mário] é um divisor de águas para nós aqui dentro da Seduc, porque, pela primeira vez, a gente tem uma coordenação que trata da educação das relações étnico-raciais. Ela traz um ânimo no debate do combate ao racismo no âmbito da educação no Estado do Pará, porque pelo que a gente vem verificando e este evento nos traz esse lugar, a gente vai sair da atuação só das nossas escolas e vai conseguir fazer um debate que abranja as outras escolas dos outros sistemas. Então esse encontro, essa primeira atividade, é sem dúvida um marco na história da educação do Estado do Pará, eu tenho certeza que a gente vai galgar espaços e lugares menos intolerantes, menos racistas”, afirmou ela. 

O encontro ocorreu na sala multiuso do auditório da Seduc e contou com a presença de cerca de 70 pessoas, dentre eles, professores, assistentes sociais, psicólogos e policiais militares ligados ao programa “Escola Segura”. O coordenador do Gabinete de Segurança e Convivência Escolar da Seduc, coronel PM Bezerra, esteve presente e falou sobre a importância do encontro para agregar no trabalho da polícia militar.

“É de suma importância a participação dos oficiais assessores do nosso Núcleo de Segurança em um tema de grande relevância. Na verdade, esta reunião não é a primeira que temos participado sobre os assuntos da abordagem dessa natureza, juntamente com a equipe de convivência. Isso daí nos traz conhecimento, até para atuar como policiais assessores de segurança na área de educação, para com certeza chegar a um serviço de melhor qualidade em prol da nossa comunidade escolar”, disse. 
 

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