A data pretende voltar a atenção para os cuidados que devemos ter com a voz como promoção da saúde. (Foto: Adobestock)
A voz é o ar que vem dos pulmões, passa pela traqueia e quando chega na laringe as pregas vocais começam a vibrar. Essa vibração é a nossa voz, que passa por um processo de amplificação com a ajuda das cavidades oral e nasal, para a deixar forte e audível. Como um elemento sonoro da comunicação humana e uma das características mais marcantes da nossa personalidade, a voz assim como qualquer parte do corpo, precisa de cuidados específicos, válidos para qualquer pessoa, independente de ser profissional da voz.
Criado no Brasil pela Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia no ano de 1999, o Dia Mundial da Voz é celebrado em 14 de abril. A data pretende voltar a atenção para os cuidados que devemos ter com a voz como promoção da saúde.
O Centro de Estudos com a Voz (CEV) em parceria com o Sindicatos dos Professores de São Paulo (SINPRO -SP), reproduziu uma pesquisa feita nos Estados Unidos pela Universidade de Utah, em 2004, a fim de verificar a alta incidência de sinais e sintomas vocais nos professores quando comparados a população local. A pesquisa mostrou que em todos os resultados, os professores foram mais afetados: rouquidão, cansaço vocal, problemas para falar baixo, dificuldades para projetar a voz, dificuldades para cantar agudo, desconforto para falar e voz monótona. Os resultados mostraram uma média maior de sintomas nos professores, no presente (3,7) e no passado (3,6) do que a população em geral. (1,7 no presente e 2,3 no passado).
Apesar de profissionais como professores usarem mais a voz cotidianamente, as pessoas passam por situações em que precisam elevar o tom e até mesmo problemas de saúde, que causam uma dificuldade em projetar a voz. A fonoaudióloga do Sistema Hapvida, Fernanda Silva, nos conta quais são os maus hábitos que devem ser evitados e os bons hábitos que devem ser reproduzidos, para que consigamos manter a saúde da nossa voz.
Maus hábitos
- Evitar competição sonora e evitar falar fora do nosso tom habitual, quando elevamos a voz, principalmente em um ambiente ruidoso;
- Evitar choques térmicos. Tomar café quente e em seguida tomar água gelada, pois essa variação muito brusca pode ocasionar dor ou desconforto futuro;
- Evitar o abuso vocal em quadros gripais ou alérgicos. Durante esses períodos, há uma alta produção de secreção que se aloja em cima da laringe e ao pigarrear por muitas vezes, um atrito é gerado nas pregas vocais, podendo causar inchaço;
- Evitar o uso excessivo de pastilhas ou sprays refrescantes. Esses meios vão anestesiar as pregas vocais no momento de uso (em média 10 minutos), a pessoa vai se sentir super bem, mas quando o efeito passar o desconforto irá voltar até de forma pior.
Bons Hábitos
- A ingestão de água. Promove hidratação na região da garganta, frescor e melhora a comunicação. Sempre levando em conta a temperatura do líquido, o ideal é em temperatura ambiente;
- Procurar fazer uma pausa vocal e durante esses momentos realizar alongamentos para evitar contratura muscular, que pode causar estreitamento na laringe;
- Ingerir maçã. A fruta contém pectina, substância que ajuda a retirar as bactérias que fazem mal;
- Em caso de rouquidão frequente ou por mais de 15 dias, sempre procurar ajuda de um profissional.
Logo, sempre que problemas como cansaço ao falar que causa a diminuição da potência vocal durante o dia, a rouquidão, mudança de intensidade que causa a oscilação de voz fraca para forte por um período de uma a duas semanas e uma maior necessidade de pausas para o discurso, forem percebidos, a busca por um otorrinolaringologista deve ser feita imediatamente. Pois por mais simples que pareçam os sintomas, o mau uso da voz ou abusos vocais podem provocar lesões nas pregas vocais.
