Romaria Rodoviária do Círio de Nazaré ocorre em Marabá. (Foto: Divulgação / Ag. Pará)
Com ansiedade, os fiéis se reuniram na manhã desse sábado (15), às 7h, para celebração da Santa Missa, na Paróquia São Francisco de Assis, núcleo Cidade Nova, para em seguida dar início à Romaria Rodoviária do 42º Círio de Nossa Senhora de Nazaré, em Marabá, sudeste do estado. Aguardada por todos, a imagem de Nossa Senhora de Nazaré.
O percurso partiu da Praça São Francisco, e seguiu pelos bairros Laranjeiras, Liberdade (incluídos este ano no trajeto) e Nova Marabá, até chegar ao Santuário de Nossa Senhora de Nazaré, na Folha 16, onde a imagem da Virgem de Nazaré foi acolhida, ao meio-dia, pela banda do 4º Batalhão de Polícia Militar, com as tradicionais canções da fé católica. Ao final, os condutores fizeram fila para receber a bênção apostólica, dentro dos automóveis. Com o tema “Maria, Mãe Educadora do Amor”, o 42º Círio de Marabá tem o apoio do Governo do Estado, através da Secretaria de Estado de Cultura (Secult ).
Durante a passagem, algumas homenagens nas calçadas dos estabelecimentos comerciais foram prestadas, por onde Santinha passava, e altares foram montados como sinônimo de devoção e respeito à imagem peregrina. Outras pessoas aguardavam Maria na porta de suas casas com cartazes nas mãos ou com palmas. Na Rodovia Transamazônica, condutores buzinavam como forma de saudar a Virgem de Nazaré. Entre as homenagens, na Secretaria Municipal de Saúde (SMS), várias ambulâncias enfileiradas e um altar com a faixa “Virgem de Nazaré, rogai por nós” marcaram o carinho dos servidores da Saúde pela padroeira dos paraenses.
O bispo Dom Vital Corbellini contou que após dois anos de pandemia da Covid-19, com programações do Círio adaptadas, a emoção do retorno é muito grande.
“Estamos voltando às ruas com a imagem de Nossa Senhora de Nazaré, uma devoção muito bonita, o espírito é grande de unidade e fraternidade. Então, nós queremos orar a Deus e louvá-lo, através de Nossa Senhora, com o tema: 'Maria, Mãe Educadora do Amor'. Desejamos que Ela nos ajude a viver na paz e no amor. Nossa Senhora acompanhe nosso povo, desejamos também que esse Círio saia da melhor forma, um Círio de paz, unidade com os irmãos, por Cristo e Maria Santíssima”, almejou o bispo durante a Romaria Rodoviária, acrescentando que este ano, a mudança no percurso foi a fim de contemplar ruas pertencentes à comunidade da própria Paróquia São Francisco de Assis.
João Chamon Neto, secretário regional de Governo do Sul e Sudeste do Pará, também participou da Romaria Rodoviária. “À medida em que se aproxima a procissão que possui o percurso mais longe, onde participo todos anos a fio, nós temos a felicidade de viver esse momento importante e acompanhar todas as programações que antecedem o tradicional Círio. Acompanho com muita fé no coração, tudo que diz respeito ao Círio, tanto em Marabá, quanto em Belém e outros municípios, como fervoroso devoto de Nossa Senhora de Nazaré estou feliz em vivenciar este Círio do reencontro, depois de dois anos. Que Nossa Senhora de Nazaré continue nos protegendo e rogando por todos nós”, destaca o secretário.
Romeiros
A administradora Renata do Nascimento Fracalossi, de 33 anos, grávida de 5 meses de uma gestação gemelar, acompanhou em seu veículo a Romaria Rodoviária. Trata-se do 10º Círio que ela participa, entretanto, este ano limitou-se ao trajeto rodoviário por recomendações médicas. “É uma emoção muito grande. O Círio representa muito para mim, fé e devoção católica, a Deus e à Mãe. Não é adoração, e sim intercessão, para Ela [Nossa Senhora de Nazaré] nos acompanhar, interceder. Ela é muito linda, não tem explicação, são só agradecimentos”, narra Renata.
Muito emocionada, a consultora de beleza Valéria Soares, de 38 anos, contemplava a chegada da imagem no Santuário de Nossa Senhora de Nazaré. Ela participa do Círio desde o primeiro ano de vida, com sua família. “Eu estou aqui em agradecimento à Nossa Senhora de Nazaré pelas bênçãos recebidas. Este ano os agradecimentos dobraram porque não teve [Círio] devido à pandemia. Minha mãe teve problema de saúde e Ela intercedeu junto a Jesus pela saúde dela e do meu cônjuge e eu estou aqui muito feliz por Ela ter atendido nossos pedidos”, afirma Valéria. Para garantir a segurança em todo trajeto, o Detran, DMTU, Polícia Militar, Guarda Municipal e Polícia Rodoviária Federal trabalharam em conjunto.
Fonte de renda
Para uns devoção, para outros o 42° Círio de Nossa Senhora de Nazaré representa fonte de renda, mais comida na mesa e oportunidade de vendas de artigos católicos. A ambulante Eliane Marques veio de Belém a Marabá pelo segundo ano, e está otimista com o faturamento. “Essa doença [Covid] atrapalhou um pouco, mas estamos confiantes que vamos vender bastante nesse círio e conseguir nossos objetivos de trabalho”. Para ela, o Círio além de fonte de ganho, é importante pela fé. “O Círio é família, é crer na intercessão da Santinha, que ela nos abençoa.”, diz.
O servidor público Marcelo de Souza há 21 anos doa camisetas personalizadas com a imagem de Maria. Ele explica que antes as camisetas eram fabricadas, mas as vendas não eram revertidas em doações para a igreja. “Há 20 anos comecei fazendo 200 camisas, e agora faço em torno de 3.000. Todo custo do meu bolso e faço doação de 60% para a Igreja Católica. Essa é minha promessa todos os anos que pago. Quando eu comecei, a igreja era de madeira e hoje o prédio é grande. As vendas estão concentradas na igreja em frente à Catedral e a previsão é de vender todas”, espera Marcelo.
Gecilene de Jesus Costa, 40 anos, comprou duas camisetas para participar do Círio, amanhã, uma para ela e outra para irmã. “Vou pagar todas as promessas que fiz do ano inteiro e agradecer por muitas vitórias que conquistamos nessa pandemia da Covid-19. Eu agradeço pela saúde dos meus filhos e por nós passarmos vivos da pandemia”, frisa ela que há doze anos participa de todas as programações do Círio.
