Chamado de Transtorno de Interação de Dependência ou Transferência de Dependência, a dependência cruzada ocorre quando o indivíduo apresenta o vício em mais de uma substância. Essa dependência pode ocorrer tanto de substâncias lícitas, como o álcool e a nicotina, quanto ilícitas, como a cocaína, maconha ou crack, por exemplo.
Uma das situações mais comuns de dependência cruzada é provocada pelo consumo de álcool. De acordo com o Levantamento Nacional de Álcool e Drogas, 36% da população diz beber álcool regularmente, mais de uma vez durante a semana. “O álcool vira um gatilho para que a pessoa se sinta motivada a experimentar outras substâncias e assim começa a fazer uso de outras drogas, seja para suprir a abstinência de uma outra ou para potencializar a sensação que já pode estar numa fase de resistência. De qualquer modo, a dependência cruzada é perigosa e deve ser tratada”, explica Mônica Azevedo, assistente social especialista em dependência química e responsável pela Clínica Voo de Liberdade.
O tratamento multidisciplinar é uma das indicações nesses casos, por combinar a especialidade de vários profissionais da área de saúde. “É a modalidade que adotamos aqui na Voo de Liberdade por entendermos que o paciente precisa de um tratamento aprofundado e generalizado. A gente trabalha qualidade de vida. E qualidade de vida não combina com cigarro, com álcool, com drogas e assim eles param de usar todas as drogas que faziam uso quando chegam aqui na clínica”, diz Mônica.
Dentre as graves consequências que a dependência cruzada pode trazer ao indivíduo o destaque é para o afastamento social, a depressão e o risco de overdose. “A dependência química faz com que a pessoa se afaste ou seja afastada do convívio familiar, do trabalho e de relacionamentos amorosos. Com a dependência de outras substâncias, isso vai se agravando. A combinação de drogas, por exemplo, pode causar danos no sistema nervoso irreversíveis e no organismo de forma geral, na mistura de entorpecentes, podendo causar uma overdose e levar até à morte”, explica Mônica.
Com acompanhamento de psiquiatra, psicólogo, fisioterapeuta, nutricionista, educador físico e terapias alternativas como futebolterapia, hortoterapia, musicoterapia, os resultados nos tratamentos têm sido positivos, ressalta Mônica. “Nossos serviços ainda incluem a terapia individual, em grupo e o acompanhamento familiar. Lidar com uma pessoa dependente química requer muito preparo e apoio e buscamos oferecer esse atendimento integral, buscando uma qualidade de vida não só para o paciente, mas para toda a família”.