03/04/2023 às 08h45min - Atualizada em 03/04/2023 às 08h45min

Os perigos do iPhone de vitrine: peças falsas, fogo, bateria ruim

Ocorrem mais de 12 mil buscas na internet sobre o assunto. Apesar do chamariz do preço, equipamento “de vitrine” pode apresentar uma série de problemas

Com edição da Redação Belem.com.br
Techtudo
Reprodução/Techtudo

iPhone de vitrine. Já ouviu falar? Este curioso equipamento não está na propaganda das grandes lojas. Também não aparece no site oficial da Apple. No entanto, ocorrem mais de 12 mil buscas todos os meses no Google a respeito deste tipo de celular, segundo estimativa da plataforma Keyword Tool. São consumidores em busca de iPhone barato, até porque os valores praticados pelos itens oficiais estão na estratosfera.

 

Vale a pena? Quanto custa? Onde comprar? 

 

Infelizmente, o que parte dos clientes só percebe depois da aquisição é que está correndo perigo, pois os aparelhos desta categoria podem apresentar uma série de problemas – como no caso de um rapaz de 28 anos que ganhou as manchetes por perder a visão de um olho depois que o dispositivo pegou fogo.

 

Nas linhas a seguir, conheça os fatos sobre o dispositivo perfeito para ilustrar o ditado popular de que o barato pode sair caro.

 

Empresas dizem que são os produtos do mostruário

 

Os vendedores de lojas de telefonia e de artigos eletrônicos em geral costumam ofertar os iPhones de vitrine com o argumento de que os aparelhos ficam no mostruário, são manuseados por outros clientes, e isto eventualmente faz com que algumas partes fiquem avariadas.

Seria o equivalente, portanto, a comprar a última peça de uma loja de moda, já sabendo que ela ficou exposta na vitrine, sujeita às intempéries do ambiente.

 

No caso dos eletrônicos, no entanto, existe a ressalva de que os aparelhos são projetados para um uso moderado. Imagine um iPhone que passa 24 horas ligado na tomada, correndo risco de superaquecer, e entrando em contato com pessoas de toda sorte. São grandes as chances de o produto ter uma vida útil menor.

 

Receio em torno da qualidade

 

Por causa disso, usuários comentam nas redes sociais que buscam os smartphones de vitrine já com pé atrás em relação à qualidade final do produto. Normalmente a bateria é o primeiro componente a ficar comprometido, uma vez que costuma suportar em torno de 500 ciclos de carga/descarga. Isto é facilmente atingido em condições tão intensas de uso.

 

Há relatos de acidentes traumáticos

 

Não é possível atestar a procedência dos equipamentos tendo em vista que não se encontram mais dentro da caixa original, protegidos pelo lacre de segurança. Há relatos traumáticos de iPhones de vitrine que apresentaram problema. Em julho de 2022, um agricultor do Ceará perdeu 80% da visão do olho direito e 20% do olho esquerdo depois que um iPhone 8 Plus explodiu próximo ao rosto dele.

 

Naquela ocasião, Leandro Brasil Silva, de 28, relatou que estava almoçando quando notou que a bateria do iPhone começou a inchar. O dispositivo da Apple não estava ligado na tomada. Quando o consumidor tentou retirar a capinha, o iPhone entrou em combustão e os detritos ferventes atingiram o rosto dele.

 

Peças são substituídas

 

“Estes iPhones de vitrine não têm mais nenhum parafuso original.” Esta foi a reação de uma fonte com conhecimento do mercado de assistências técnicas ao ficar sabendo do interesse crescente pelos modelos do tipo. Ela explica que as peças são substituídas para dar a impressão de que o iPhone está com a vida útil em dia, mas na realidade os componentes são “de terceira linha”.

 

Em outras palavras, o consumidor que vai à loja conhecer o equipamento fica com a impressão de que o aparelho funciona perfeitamente. Mal imagina que pode se tratar de uma bomba relógio.

 

A bateria normalmente figura entre os itens mais observados por quem pensa em pegar um iPhone que não está mais na caixa. Circulam na web vídeos gravados em assistências técnicas que revelam uma máquina que artificialmente muda a saúde de bateria de volta para 100%. Basta o toque de um botão para que a informação falsa passe a constar nos ajustes do sistema iOS. Esta é mais uma artimanha usada pelos vigaristas para enganar a clientela.

 

Descontos agressivos

 

Considerando-se todos estes fatores, não há surpresa alguma no fato de que os iPhones de vitrine são oferecidos a preços muito mais baixos do que os produtos originais. A redução pode chegar a 50%. Algumas lojas prometem garantia de 12 meses, enquanto outras praticam o temerário “la garantia soy yo”.

 

Os consumidores em busca de um iPhone mais em conta podem considerar opções mais seguras, como o mercado de usados. As empresas mais conceituadas deste segmento costumam averiguar os celulares em busca de problemas na tela, bateria e desempenho. São organizações idôneas e reconhecidas, apesar das eventuais reclamações registradas em plataformas online.

 

Existem ainda os programas de desconto na troca do telefone antigo por um novo. Considerando-se que os lançamentos da Apple têm sido mornos nos últimos anos, é perfeitamente plausível, por exemplo, optar pelo iPhone 12 em vez da geração mais recente, ou mesmo pelo iPhone SE 2022, na jornada de pagar menos por um dispositivo da maçã.


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