17/02/2020 às 12h44min - Atualizada em 17/02/2020 às 12h44min

Coronavírus causa preocupação no Pará

Embora não haja nenhum caso da doença no País, população toma cuidados

Andreza Gomes
Jornalista do belem.com.br
Maior parte dos casos da doença no mundo se concentram na China e em alguns países da Ásia (Foto: Fotos Públicas)
    
O novo coronavírus, que teve origem na China e vem assustando a população de todo mundo, também já causa preocupação no Pará, embora ainda não haja nenhum caso da doença confirmado no País.  

O recepcionista hospitalar Igor Silva, de 20 anos, lida diariamente com um público intenso no seu local de trabalho e está um pouco apreensivo.

“O meu receio se intensificou ainda mais, devido ao Carnaval, que concentra uma grande quantidade de pessoas, de diferentes lugares. Como lido diretamente com o público, uso o álcool em gel, constantemente. Sempre que possível, também faço a higienização das mãos, com água e sabão”, relata.

Quanto à alimentação e à necessidade de se manter saudável, o jovem afirma que busca fazer uso de vitaminas para fortalecer a imunidade.

O professor Diogo Miranda, de 28 anos, mora em Santa Izabel do Pará, na Região Metropolitana de Belém, e também está preocupado com notícia da proliferação do vírus.

“Eu utilizo algumas medidas paliativas para combater o vírus, não só esse, como outros também. Dentro de casa, no meu trabalho, eu utilizo o álcool gel não só para as mãos, mas também nos objetos que eu utilizo frequentemente, como mesa, relógio, óculos, pastas de documentos”, detalha.

Assim como Igor, Diogo Miranda também toma medicações que ajudam aumentar a imunidade. “Tomo vitamina C e faço alimentações para que minha imunidade aumente. Com ela mais elevada, não corro mais nenhum risco de ter um resfriado, uma gripe”, conclui.



Transmissão – A infectologista e professora da Universidade Federal do Pará (UFPA), Helena Brígido, afirma que o coronavírus tem uma alta transmissibilidade e baixa letalidade. “Exatamente pela facilidade de uma pessoa adquirir o coronavírus são muitos os infectados. É pertinente a preocupação, mas sem o pânico”, pondera.

Helena Brígido alerta que não é necessário que as pessoas comprem máscaras de uma forma desordenada. “Além de não termos casos atualmente, o uso da máscara deve ser feito por paciente suspeito ou confirmado, além de profissionais de saúde que o atenderem em unidade de saúde”, completa.

Segundo a infectologista, todas as pessoas são suscetíveis a ter a infecção se tiverem contato com algum paciente com coronavírus, porém os estudos mostram que a maioria dos infectados têm em torno de 50 anos ou mais.

“As pessoas mais vulneráveis são as que já têm uma doença respiratória: asma, enfisema pulmonar, doença obstrutiva pulmonar, tabagistas. Outras pessoas podem ser mais vulneráveis se estiverem com baixa imunidade”, detalha Brígido.

Sintomas – O quadro clínico está relacionado a sintomas respiratórios e febre. É importante que se verifique o critério epidemiológico de viagem para locais onde já há casos da doença.

“Portanto, não é para criar pânico em todo caso de infecção respiratória sem que haja um histórico de viagem ou contato com alguém que tenha vindo de uma viagem em que haja a transmissão no local”, finaliza a infectologista Helena Brígido.

Histórico – O médico infectologista Lourival Marsola explica que o coronavírus é um de um grupo de vírus bastante conhecido na humanidade.

“De tempos em tempos, algum coronavírus novo surge e causa um número maior de infecções e em determinados pacientes de maior risco, como idosos, imunodeprimidas, desnutridos, por exemplo”, informa.

O médico lembra que já houve duas grandes epidemias causadas por diferentes coronavírus. Em 2002, o SARS-coronavírus assustou o mundo. Já em 2012, o MERS coronavírus, originado no Oriente Médio, foi o causador de pânico geral.

“E, agora, desde o fim de 2019, um novo coronavírus vem assustando o mundo. Eles são transmitidos de pessoa a pessoa por meio de contato próximo”, reforça.  

Prevenção – Marsola informa que as medidas de prevenção são semelhantes às utilizadas para a gripe, por exemplo.

“Os cuidados devem estar focados em higienização de mãos; evitar tossir e espirrar em ambientes coletivos, usando um lenço descartável para isto; não levar mãos a boca e olhos antes de lavá-las. No caso de viajar, consulte-se com um médico para saber se o local para onde você irá tem o vírus circulando e quais medidas tomar”, finaliza Lourival Marsola.

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