10/07/2022 às 08h00min - Atualizada em 10/07/2022 às 08h00min

Mortes de adolescentes caem durante terceira onde da covid-19

O mesmo estudo mostrou substancial aumento das mortes entre menores de 12 anos

Com edição da Redação Belem.com.br
Agência Brasil
A amostra final avaliada somou 408.120 registros de mortalidade, com 0,34% (1.407 óbitos) em menores de 18 anos. (Foto: Breno Esaki / Ag. Saúde)

 

                                                                                                                                     
Pesquisa desenvolvida pelo Instituto Leônidas & Maria Deane da Fundação Oswaldo Cruz do Amazonas (ILMD/Fiocruz Amazônia), pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e Universidade Federal de Pelotas (UFPel) mostrou recuo no número de mortes por covid-19 entre adolescentes de 12 a 17 anos, durante o período mais crítico da terceira onda da epidemia em 2022, entre 23 de janeiro e 12 de fevereiro.

Em movimento contrário, o mesmo estudo mostrou substancial aumento das mortes entre menores de 12 anos, principalmente aqueles com idade abaixo de 5 anos.

De acordo com o epidemiologista da Fiocruz Amazônia Jesem Orellana, houve alta de 74% na mortalidade por covid-19 nas crianças de 5 a 11 anos, se comparado o período mais crítico de 2022 com o pior de 2021, que foi na segunda onda, entre 14 de março e 3 de abril. Entre os adolescentes de 12 a 17 anos vacinados em 2021, houve queda significativa (40%) na mortalidade por covid-19 no período mais crítico da terceira onda em comparação com fase também crítica da segunda onda.

Conforme a pesquisa, os resultados se repetem em junho de 2022, na vigência da quarta onda de contágios, e o motivo identificado é a falta de acesso das crianças à vacinação.

“O padrão de aumento da morte de crianças se repetiu e foi de 82% naquelas de 2 a 4 anos e de 54% nas crianças com até 1 ano. Portanto, nas crianças, as taxas de mortalidade foram iguais ou piores do que em fases anteriores da epidemia, contrapondo-se ao registro de queda consistente e forte dos adultos, reforçando não só a efetividade da vacina contra covid-19, mas também a importância do seu uso oportuno e massivo”, completou Orellana, um dos autores do estudo.


A amostra final avaliada somou 408.120 registros de mortalidade, com 0,34% (1.407 óbitos) em menores de 18 anos e 64,6% (263.771) em adultos com 60 anos e mais.

“Observaram-se padrões opostos na mortalidade por covid-19 no Brasil, com crianças majoritariamente não vacinadas, ou insuficientemente protegidas pela vacinação em massa, de um lado, e apresentando taxas de mortalidade iguais ou maiores do que em fases anteriores da epidemia e, de outro, consistente e forte padrão de queda em indivíduos incluídos na campanha nacional de vacinação”, comentou.


A Fiocruz informou que o artigo Mortalidade por covid-19 no Brasil em Distintos Grupos Etários: Diferenciais entre Taxas Extremas de 2021 e 2022 foi aceito para publicação e em breve estará disponível na íntegra, na revista Cadernos de Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/ Fiocruz).


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