O especialista alerta que esse tipo de reação, se não tratada, pode afetar todos os aspectos da vida de uma pessoa. (Foto: Divulgação / Freepik)
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 90% da população mundial sofre com o estresse. No Brasil, de acordo com a Associação Internacional do Controle do Estresse (ISMS), o País já assume o segundo lugar no mundo com o maior nível de estresse. O dia do estresse, celebrado nesta sexta-feira, 23, vem para conscientizar as pessoas quanto à necessidade de redobrar os cuidados com a saúde mental, principalmente nesse período pós-pandemia, onde o clima de insegurança e incertezas ainda paira sobre as pessoas, deixando-as mais tensas do que normalmente são.
Ainda de acordo com a OMS, o estresse é uma reação natural do organismo que ocorre quando vivenciamos situações de perigo ou ameaça. Esse mecanismo nos coloca em estado de alerta ou alarme, provocando alterações físicas e emocionais. A reação ao estresse é uma atitude biológica necessária para a adaptação de situações novas.
O psicólogo do Grupo Hapvida NDI, Carol Costa, explica que, apesar de ser uma reação natural do comportamento humano, o estresse pode se tornar patológico.
“É quando essas reações se tornam constantes prejudicando não só a saúde mental como desenvolvendo sintomas físicos como dor de cabeça, cansaço, febre, tontura, taquicardia e até mesmo coceiras que podem virar feridas. Por exemplo, se alguém passou por uma situação de estresse como um assalto, essa pessoa recebe uma descarga de adrenalina deixando-a em estado de alerta. Porém isso se torna prejudicial quando essa pessoa começa a reviver esse trauma constantemente ao ter contato com algum agente estressor, que nesse caso poderia ser uma rua escura. Aí a sensação de perigo se torna uma realidade, alterando o comportamento daquela pessoa. E isso tem causado muito transtorno na população mundial”.
O especialista alerta que esse tipo de reação, se não tratada, pode afetar todos os aspectos da vida de uma pessoa. “A vida começa a ficar disfuncional. Atividades corriqueiras e laborais, que antes eram executadas com desenvoltura e naturalidade, passam a ser desconfortáveis e dificultosas, afetando vários aspectos não apenas em relação à saúde, mas a vida social daquela pessoa, pois a sensação de estar perdendo o controle fica cada vez mais evidente, ocasionando, geralmente, uma grande irritabilidade. As coisas não são mais como antes”.
Segundo Carol Costa, o estresse possui três fases: alerta, resistência e exaustão. “Primeiro temos o alerta, que começa com uma mudança súbita de comportamento. Aí o corpo começa a resistir a essas transformações, levando à exaustão, um estado bastante crítico, podendo até mesmo atingir um Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG). Na maioria das vezes, nessa fase é necessário o auxílio do tratamento medicamentoso. É uma situação bem delicada pois a pessoa leva tempo pra perceber e entender que está passando por algumas dessas fases de extresse”, ressalta.
Com a correria do dia-a-dia é difícil manter um estado de saúde mental saudável. Porém, o psicólogo aponta quais medidas podem ser tomadas e que vão ajudar nesse quesito.
“Apesar de termos uma vida muito acelerada, onde os resultados são vistos como primordiais em detrimento de nossa saúde, ainda assim, é possível combater o estresse. Todos estamos vulneráveis a isso, mas é importante, para começar, que a gente se conheça, saiba nossos limites, para assim começar a se posicionar diante de uma situação de estresse. Exercícios físicos e atividades prazerosas que tem finalidade de oxigenar o cérebro, proporcionam uma boa higiene mental. E claro, buscar um acompanhamento profissional para tratar e rever algumas situações que podem te levar ao autocohecimento”, finaliza.
