07/06/2022 às 13h53min - Atualizada em 07/06/2022 às 13h53min

Liberdade de imprensa: desafios, direitos e lutas diárias

O dia 7 de junho marca, no Brasil, o Dia da Liberdade de Imprensa

Fernanda Cavalcante - Redação Belem.com.br
Com edição de Luiz Antonio Pinto - Redação Belem.com.br
O Brasil ocupa a 110° posição, de um total de 180 países, no ranking mundial da Liberdade de Imprensa. (Foto: Divulgação)

                                                                                                                        
O dia 7 de junho marca, no Brasil, o Dia da Liberdade de Imprensa. Data que ressalta a importância do livre exercício do trabalho de profissionais da comunicação. Noticiar, dar voz, denunciar, informar, transitar pelos espaços.

Características básicas para a construção de uma imprensa livre e democrática, que nem sempre é valorizada. O Brasil ocupa a 110° posição, de um total de 180 países, no ranking mundial da Liberdade de Imprensa, de acordo com dados da organização não governamental internacional Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

Segundo o jornalista e professor de Comunicação Social, Antônio Carlos Pimentel Jr, o papel da imprensa é garantir a liberdade de expressão, fiscalizar e legitimar fatos. “A imprensa acompanha as mudanças da sociedade. No Brasil, desde 1808, jornais e revistas, e depois rádio e televisão, reproduzem e repercutem anseios sociais em diferentes áreas: na política, na economia, na cultura, nos costumes. A imprensa fiscaliza e legitima os atos de poder. Por isso, é a garantidora da liberdade de expressão, da democracia e do Estado de Direito”, destacou.

Ainda segundo Antônio Carlos, até 1999, ano em que se instituiu o Dia da Imprensa no Brasil, "os jornais impressos tinham o controle da informação. Com a chegada da internet, a imprensa passou a concorrer com plataformas digitais de produção de conteúdo".


"A imprensa é a garantidora da liberdade de expressão e da democracia", diz Antônio Carlos Pimentel Jr. (Foto: Fernando Sette)

"A imprensa é a garantidora da liberdade de expressão e da democracia", diz Antônio Carlos Pimentel Jr. (Foto: Fernando Sette)


“A tecnologia abriu novas frentes de comunicação. Na internet, blogs, portais e redes sociais possibilitaram a conexão direta entre interlocutores, agora sem a mediação da imprensa. Um novo modelo precisou ser gestado - de fato, ainda está na fase embrionária - para que o essencial pudesse ser preservado: imprensa livre, forte, responsável, crítica e presente em todos os suportes”, afirmou o professor.

“A imprensa nacional sempre refletiu interesses. Tivemos uma imprensa monarquista, outra republicana, uma abolicionista, a anarquista, a estadonovista e amargamos, em vários momentos da história, o terror da censura. A polarização atual coloca em choque ideologias e compreensões de mundo. Com a internet aberta, as subjetividades ganharam relevância. Todos dizem o que pensam em defesa de suas causas. Muitos apregoam mentiras, classificadas como "fake news", como instrumento de luta política. À imprensa autêntica, humanística e democrática, cabe o papel de reconduzir o debate das diferenças para o espaço público com equilíbrio e tolerância. Esse é o desafio”, disse.

A imprensa tem o papel de noticiar, dar voz e transitar pelos espaços. (Foto: Divulgação)

A imprensa tem o papel de noticiar, dar voz e transitar pelos espaços. (Foto: Divulgação)



Há questionamento sobre o futuro da imprensa e, até mesmo, sobre sua relevância na sociedade. O fato é que essa é, sem dúvida, uma área essencial. “A transformação dos meios, acelerada pelas inovações tecnológicas, impede avaliações concretas. Fala-se que o jornal impresso vai desaparecer. Fala-se de uma hegemonia das redes sociais. Até de um esvaziamento da TV aberta como canal da imprensa. Importa destacar que, sejam quais forem as invenções, em qualquer ponto do planeta, a imprensa deve sobreviver como instituição democrática”, concluiu o jornalista Antonio Carlos Pimentel.


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