11/04/2023 às 09h47min - Atualizada em 11/04/2023 às 09h47min

Uso exagerado de paracetamol e ibuprofeno pode acarretar em intoxicação

Em época de surgimento de casos de dengue e outras doenças virais, medicamentos como paracetamol e ibuprofeno, tornam-se alternativas acessíveis à população para amenizar sintomas da doença

Com edição da Redação Belem.com.br
O Liberal
Reprodução

A automedicação é uma prática muito comum entre as pessoas no dia a dia. E, em época de surgimento de casos de dengue, covid-19 e outras doenças virais, medicamentos como paracetamol e ibuprofeno, tornam-se alternativas acessíveis à população para amenizar sintomas da doença, já que os fármacos são de venda livre. Isto é, não necessitam de receita médica para a compra. No entanto, em doses administradas de forma incorreta, esses medicamentos podem causar intoxicação, além de outros efeitos colaterais, como apontam especialistas.

 

O uso dos medicamentos como paracetamol e ibuprofeno tem potenciais de riscos se usados exageradamente e sem quaisquer orientações, como alerta o farmacêutico Patrick Cruz, presidente do Conselho Regional de Farmácia do Pará (CRF-PA). Esse quadro se agrava se houver interação com outros remédios. “No caso do paracetamol, toxicidade hepática. No caso do ibuprofeno, há problemas cardiovasculares. O uso desses antiinflamatórios, em geral, também tem um potencial para problemas gástricos”, explicou Patrick.

 

“Todo medicamento tem uma dualidade que pode ser a cura, mas pode ser um veneno, por conta da natureza da substância química. O paracetamol é biotransformado pela via hepática, por uma via importante dentro do fígado. E essas enzimas acabam sendo sobrecarregadas. Uma dose elevada pode gerar uma sobrecarga no fígado e até uma hepatite medicamentosa. Já o ibuprofeno aumenta secreção de ácido no estômago, pode gerar problemas gastrointestinais, acentuar uma gastrite e pode levar a uma úlcera”, descreveu o farmacêutico.

 

Patrick destaca que a informação é o “melhor remédio” e detalha que, antes de ingerir qualquer remédio — ao perceber sintomas incomuns —, uma das alternativas é contar com o direcionamento de farmacêuticos, que podem prestar orientações sobre o uso ou não de quaisquer medicamentos. Esses profissionais, além de outros especialistas da saúde podem ser consultados diretamente na farmácia mais próxima, conforme reforçou Patrick.

 

“Nem sempre o que a gente pensa que um sintoma é seja aquele problema de saúde. Assim como nem sempre o medicamento que o vizinho tomou seja, também, o medicamento que eu preciso tomar. Procurar o farmacêutico é importante para identificar se esses sintomas têm a gravidade específica e se são graves a ponto de precisarem de atendimento de outro serviço de saúde de urgência e emergência, por exemplo”, afirmou Patrick.

 

Perigo da automedicação é o diagnóstico incorreto

O médico Antonio Monteiro frisa que o grande perigo da automedicação é o diagnóstico incorreto da população e lembra que o paracetamol pode ser usado em casos de dengue. “Quando o paciente usa por conta própria uma medicação sem ter a certeza que sua doença é a que a medicação foi criada para combater, ele acaba mascarando a doença é só se expondo aos possíveis efeitos colaterais da medicação. Além da seleção incorreta da medicação, assim como a dose inadequada. O grande perigo está com a classe dos antiinflamatórios não esteróides (Aines), como por exemplo o próprio ibuprofeno”, pontuou Antonio.

 

“Outros exemplos são ácido acetilsalicílico (AAS), cetoprofeno, diclofenaco de sódio, nimesulida, entre outros. Esses, apesar de agir no processo inflamatório, dentro do seu mecanismo de ação, causam efeitos anticoagulantes. Isso propicia e aumenta o risco de dengue hemorrágica. Por outro lado, para controle de sintomas, o paracetamol, assim como a dipirona são indicados para melhorar dores e febre”, declarou o médico em relação aos outros medicamentos que não devem ser ingeridos por vontade própria.

 

Nos casos de dengue e demais quadros virais, a recomendação é repouso, alimentação adequada e ingestão de líquidos, de acordo com Patrick. “Se os sintomas se agravarem, é necessário identificar a partir de quando esses sintomas são sintomas mais graves e devem ser encaminhados a um atendimento médico. Às vezes a gente fica na dúvida, o paciente fica em casa fazendo automedicação, continua a sua rotina e o quadro vai se agravando. Por isso é importante fazer essa triagem, esse rastreamento”, afirmou.

 


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