01/06/2023 às 08h35min - Atualizada em 01/06/2023 às 08h35min

Hospital Ophir Loyola orienta sobre os riscos do tabagismo para a saúde

Consumo de produtos à base de nicotina causa dependência química, diversos tipos de câncer, entre outros males

com edição da Redação Belém.com.br
Agência Pará
Divulgação
Nessa quarta-feira, 31 de maio, foram realizadas campanhas do 'Dia Mundial Sem Tabaco' como forma de conscientizar a população sobre os danos do tabagismo para o corpo e mente, além de alertar sobre doenças e mortes evitáveis relacionadas ao uso da nicotina. O tabagismo pode ser definido como uma doença crônica que se caracteriza pela dependência dessa substância, adquirida por meio do consumo de produtos à base de tabaco. 

Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), pelo menos 85% dos óbitos por câncer de pulmão são causados pelo fumo. O tabaco não causa apenas tumores de pulmão, mas também está associado ao câncer de boca, faringe, laringe, esôfago, estômago, pâncreas, traqueia, rim, bexiga e colo de útero.

Por isso, o Hospital Ophir Loyola (HOL), referência em oncologia no Estado do Pará, alerta a população sobre os riscos do uso do tabaco. Atualmente, há 227 pacientes em tratamento contra o câncer de pulmão no HOL. Sendo 116 homens e 111 mulheres. Com relação ao ano de 2022, este ano houve um aumento de 41% dos casos de neoplasia maligna pulmonar.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a dependência da nicotina causa aproximadamente oito milhões de óbitos por ano, e mais de sete milhões dessas mortes resultam do uso direto deste produto.

Além disso, os componentes tóxicos e cancerígenos presentes na fumaça ambiental do tabaco, que contém praticamente a mesma composição da fumaça tragada pelo fumante, também fazem mal aos fumantes passivos. São cerca de 4 mil compostos, dos quais mais de 200 são tóxicos e cerca de 40 são cancerígenos, o que leva à morte de 1,2 milhão de pessoas não fumantes expostas ao fumo passivo no mundo todo. 
O oncologista clínico do HOL, Bruno Fernandes, ressalta que o tabagismo é um fenômeno de dependência química, onde as pessoas ficam subordinadas à nicotina.

“A nicotina é uma substância que age diretamente no Sistema Nervoso Central (SNC), liberando diversos neurotransmissores (mensageiros químicos), os quais produzem uma  sensação de prazer de curto prazo. E isso gera uma série de mecanismos hormonais, cerebrais e sensoriais  que levam o fumante a procurar novamente a nicotina para sentir a sensação de prazer”, ressaltou o oncologista clínico.
Quando se usa nicotina repetidamente, o corpo vai se habituando com a quantidade da substância no organismo. Quando se desenvolve essa tolerância, é necessário aumentar a quantidade da droga para sentir o mesmo efeito.

“Com o tempo, devido ao bloqueio dos receptores do SNC, o indivíduo vai necessitando dessa inalação de nicotina cada vez mais e de maiores quantidades para sentir o mesmo prazer, tornando-se  dependente. Isto é, ele não consegue ter os mesmos níveis de prazer para as atividades e o SNC passa a se tornar dependente, gerando uma série de mecanismos que torna o indivíduo suscetível ao uso contínuo da nicotina”, explicou Bruno Fernandes.

O tabagismo é um fenômeno multifatorial, não  abrange apenas dependência química, mas também critérios físicos e psicológicos. Por tanto, ainda segundo o oncologista, "o tratamento contra o tabagismo é realizado de forma multiprofissional, pois envolve a psicoterapia, o suporte em grupo para que o paciente possa expressar a sua dependência e a dificuldade em abandonar o cigarro. Também existem medicamentos com ou sem a presença de nicotina, as quais podem ajudar nos desmame do tabaco e no melhor suporte da abstinência da droga”.

Fernandes esclarece que não existe um limite seguro para o uso do tabaco. “Qualquer consumo já é nocivo para a saúde. Algumas pessoas são extremamente sensíveis e basta um nível baixo para que tenha malefícios. Nós não sabemos quem são esses indivíduos, todos que fumam têm um alto risco. Por esse motivo, o quanto antes abandonar o uso do tabaco, o risco pode ser menor para o desenvolvimento de doenças, como o câncer”, alertou.

“Há diversos benefícios imediatos e de longo prazo para a saúde das pessoas que param de fumar. Além da melhora da circulação sanguínea e função pulmonar, o risco de ter um acidente vascular cerebral é reduzido, o risco de câncer de pulmão cai para cerca de metade em relação a um fumante e o risco de câncer de boca, garganta, esôfago, bexiga, colo do útero e pâncreas também diminui e as expectativas de vida aumentam”, concluiu Bruno Fernandes.

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