04/07/2023 às 09h50min - Atualizada em 04/07/2023 às 09h50min

Pará lidera internações por AVC na região Norte com quase 50% dos casos

Até abril deste ano, o Pará já registrou 1.837 internações por AVC

com edição da Redação Belem.com.br
O Liberal
Reprodução
Um levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde ao Grupo Liberal aponta que o Pará lidera o número de internações por AVC (Acidente Vascular Cerebral) entre os estados da Região Norte. Em 2023, até abril, de acordo com os dados federais, o Pará já registrou 1.837 internações por AVC, ou seja, 49,9% do total do Norte (3.681). Em 2022, foram 5.315 casos no Estado, o que representa 51,9% das internações diante de um total de 10.223, somando os registros dos sete estados do Norte. 

Na avaliação do neurologista Antônio de Matos, membro da Sociedade Brasileira de Neurologia, a crise de saúde global gerada pela covid-19 ainda tem influência sobre esses números. Ele explica que, durante as ondas da pandemia, houve maior dificuldade de acesso à saúde, levando a complicações para outras doenças.

Com a o fechamento de vários espaços e o maior tempo de permanência em casa, muitas pessoas não só deixaram de fazer o tratamento de comorbidades como também passaram a aderir a hábitos ou desenvolver problemas que são fatores de risco para o AVC, conforme elenca Antônio de Matos: sedentarismo, alimentação rica em gordura, distúrbios de sono, problemas psicológicos e obesidade.

"Esses fatores não determinam o AVC, mas contribuem para ele. Entre as principais causas, nós temos a pressão arterial alta, o diabetes, colesterol elevado, o hábito de fumar, as coagulopatias, as causas genéticas e a anemia falciforme. Inclusive, este tipo de anemia é uma das principais causas de AVC em jovens, algo que tem crescido nos últimos anos", explica o médico.


Sinais de AVC precisam ser percebidos o quanto antes

O neurologista explica que o AVC pode se manifestar de duas formas: ou pelo sangramento de algum vaso dentro da cabeça (hemorragia), ou pela obstrução de algum vaso, levando à falta de sangue em alguma área do cérebro. Em ambos os casos, os sinais mais comuns são alterações neurológicas, identificadas pela sigla SAMU:
  • Sorriso: peça para a pessoa sorrir. Veja se um lado do rosto não mexe
  • Abraço: veja se a pessoa consegue elevar os dois braços como se fosse abraçar ou se um membro não se move
  • Música: veja se a pessoa repete o pedacinho de uma música ou se enrola as palavras
  • Urgente: chame uma ambulância ou vá a um pronto atendimento especializado
O especialista enfatiza que as primeiras 4 horas após o início dos sintomas são as mais importantes para prevenir sequelas graves. Se não, ainda nas primeiras 24h o socorro médico ainda pode atuar neste sentido com alguma eficácia. De modo geral, o AVC pode levar à perda de movimentos no corpo, dificuldade de engolir, de se comunicar, de entender, entre outros problemas de ordem cognitiva.

Para tentar prevenir o AVC, além de ter hábitos de alimentação e vida saudáveis, Antônio de Matos orienta que as pessoas cuidem de doenças pré-existentes e façam avaliação médica anual:

"A gente orienta a tratar suas doenças crônicas. Uma vez ao ano, mesmo quem não tem essas doenças, deve fazer um exame de colesterol e triglicérides. Já todo o paciente que tem mais de 10 anos de uma doença crônica deve estudar os vasos da cabeça, do pescoço e do coração para saber se há algum entupido ou prestes de romper antes que entre em colapso", orienta.

O que diz a Sespa?

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa), no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), entre janeiro e dezembro de 2022, foram registradas 4.005 internações, sendo 825 em unidades estaduais. A secretaria reforça que toda a rede estadual está apta a receber casos de AVC, no entanto, os hospitais de referência são Hospital Regional Abelardo Santos (HRAS), Hospital Ophir Loyola, Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA) e Hospital Regional Público do Leste.

A Sespa informa, ainda, que presta apoio, assessoria técnica e capacita os profissionais dos municípios para o melhor controle das doenças crônicas e fatores de risco que aumentam a probabilidade de ocorrência de um AVC, tais como hipertensão arterial, diabetes tipo 2, sobrepeso, obesidade, tabagismo, uso excessivo de álcool, sedentarismo e histórico familiar entre outros, cujas medidas de prevenção e tratamento estão no âmbito da Atenção Primária e são responsabilidade das gestões municipais.

Sintomas de um AVC:
  1. Fraqueza de um lado do corpo
  2. Alteração ou perda de visão
  3. Dificuldade para falar
  4. Desvio de rima labial (sorriso torto)
  5. Desequilíbrio e tontura
  6. Alterações na sensibilidade
  7. Dores de cabeça fortes e persistentes
  8. Dificuldade para engolir
 
 
Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Como podemos te ajudar?