14/07/2023 às 08h08min - Atualizada em 14/07/2023 às 08h08min

Pacientes do Oncológico Infantil celebram Dia Mundial do Rock com projeto musical

Data celebrada neste 13 de julho gerou entusiasmo nos pequeninos, que acompanharam programação especial na sala de música da instituição

com edição da Redação Belem.com.br
Agência Pará
Ascom Hoiol
Crianças internadas no Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (Hoiol), em Belém, participaram, na manhã desta quinta-feira (13), da programação alusiva ao Dia Mundial do Rock. Com o projeto “Canto Musical”, os pequeninos desenvolvem práticas musicais e confeccionaram porta-retratos divertidos para guardar fotos feitas durante as atividades. Os momentos de interação foram acompanhados por uma trilha sonora recheada de sucessos do gênero nos cenários nacional e internacional.

“Na programação de hoje temos um paciente que saiu recentemente da Unidade de Terapia Intensiva e é incrível observar como ele está receptivo e comunicativo diante da atividade proposta. O menino internou muito pequenininho e teve muitas dificuldades de lidar com o adoecimento. Mas agora está em outro momento, já compreende melhor o tratamento a necessidade de ficar hospitalizado, e essas atividades são fundamentais para o desenvolvimento emocional”, afirmou a psicóloga do Hoiol, Brenda Nogueira.

Integrante do setor de humanização do Hoiol, Bruna Dominguez explica que além das atividades musicais, o artesanato desenvolvido com crianças durante a programação ajudam a desenvolver habilidades manuais, que contribuem também para a criação de memórias afetivas.

“Trabalhamos a musicalidade, mas também a colagem, os recortes e a criação de porta-retratos decorados que ajudam a aprimorar as percepções. A dinâmica envolve os pais e responsáveis e faz com que as crianças criem memórias importantes para a vida. Ainda que elas estejam passando por um momento difícil em razão da enfermidade, é importante ressignificar e criar novas memórias”, explicou Bruna.

A altamirense Sandrielly Couto, 28 anos, acompanha o único filho Wanderley Couto, de 5 anos, na luta contra o câncer. O menino tinha 3 anos quando começou a apresentar sintomas como febre, vômito, diarreia e manchas pelo corpo.

“Depois desses primeiros sinais, ele apresentou intestino distendido, o aumento do fígado e do baço e todo exame dele vinha alterado. Com a investigação, ele foi diagnosticado com Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) tipo T, que é um tipo de leucemia mais agressiva. Eu não sabia como era o tratamento, não sabia que era doloroso, longe de casa, tudo fui descobrindo junto com ele”, desabafou Sandrielly.

Desde que descobriu a doença, há dois anos, Wanderley permaneceu internado no Hoiol e por apenas duas vezes foi liberado para visitar a família na cidade natal. Nesse período contínuo de hospitalização, o atendimento humanizado e as programações lúdicas animam a criança.

“Quando as crianças internam por gripe ou por alguma coisa que não pode ter contato, é doloroso porque elas ficam o tempo todo no quarto e a única hora de distração é na brinquedoteca. Esses momentos de lazer aqui dentro são muito importantes e deixam o meu filho muito feliz. Aliás, quando ele não consegue ir, como em um dia em que ele estava com aparelhos, ele passa o dia todo chateado”, lembrou a mãe de Wanderley.

Sobre o projeto

O“Canto Musical” visa a promoção de bem-estar e qualidade de vida a partir de elementos e experiências musicais. “Neste projeto, as práticas são desenvolvidas de acordo com a singularidade de cada paciente, ou seja, o método de ensino e o repertório varia de acordo com as limitações e potencialidades de cada usuário. Sendo assim, é possível obter uma abrangência maior de participantes”, contou Yumi Dias, colaboradora do setor de humanização.

O amor de Yumi pela música começou na igreja, quando ela tinha apenas 13 anos. Hoje, aos 30, a colaboradora relembra que foi na adolescência que ganhou alguns instrumentos como forma de incentivo e que, mais tarde, passou a comprá-los. 

O bem-estar proporcionado com a música levou Yumy a participar de cursos livres e técnicos antes de decidir entrar para a faculdade de música. Agora, a professora de artes com habilitação em música pela Universidade do Estado do Pará (Uepa) repassa a mesma alegria que sentia na adolescência durante as apresentações para os pacientes oncológicos.

“Como qualquer músico de igreja, temos de ser bem versáteis e tocar um pouco de tudo. Eu toco contrabaixo elétrico, violão, teclado, flauta doce e um pouquinho de bateria também. O hospital disponibiliza alguns instrumentos, dentre eles: violão, teclado, cavaquinho, e instrumentos percussivos. Além desses, são utilizados recursos pedagógicos criados para fins de ensino-aprendizagem, como a caixinha musical e o jogo da memória musical. A alegria das crianças participando da programação contagia, não tem como não se alegrar junto”, explicou a brinquedista e professora de música.

Serviço

Credenciado como Unidade de Alta Complexidade em Oncologia, o Hoiol é referência na região amazônica no diagnóstico e tratamento especializado do câncer infantojuvenil, na faixa etária entre 0 a 19 anos. A unidade é gerenciada pelo Instituto Diretrizes, sob o contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), e atende pacientes oriundos dos 144 municípios paraenses e estados vizinhos.
 

 

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