26/07/2023 às 08h29min - Atualizada em 26/07/2023 às 08h29min

Santa Casa e Uepa abordam implantação do DIU como meio de planejamento familiar

Em Belém, médicos de cinco municípios participam de programa sobre implantação do Dispositivo Intra Uterino (DIU)

com edição da Redação Belem.com.br
Agência Pará
ASCOM FSCMPA
Considerando a grande demanda de mulheres que solicitam a Inserção de DIU, e a crescente necessidade de capacitação de profissionais do interior do estado, a Fundação Santa Casa em parceria com a Universidade do Estado do Pará (UEPA), iniciou o curso de capacitação em Inserção e Manejo de DIU para médicos que compõe a estratégia de Saúde da Família dos municípios de Bragança, Irituia, Marapanim, Marituba, Ourém e Benevides.

Segundo Vitor Maués, gerente de Desenvolvimento de Pessoas (GEDP), a parceria inicial foi possível por conta da UEPA desenvolver o projeto "Decola" com apoio da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (SECTET) e do Sebrae. “Tendo em vista a atuação da Santa Casa no estado, a nossa gerência organiza o processo de Visita Técnica que recebe servidores de diferentes instituições para conhecerem os processos desenvolvidos no Hospital a fim de aplicar e trocar experiências”.

“E nesta perspectiva, desde o início de 2023 estamos recebendo solicitações de capacitações das Estratégias de Saúde da Família de municípios relacionados à inserção e manejo do DIU”, informa Vitor Maués.

Lucas Couto, médico que atua na cidade de Marituba (RMB), diz que é importante essa capacitação dos profissionais que trabalham em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para poder, além de fornecer um serviço de qualidade para a população, diminuir a demanda gigantesca que existe aqui para a Santa Casa. “É um ato médico que podemos realizar em parceria com as prefeituras e secretarias de saúde dos municípios. Se a gente puder receber essa capacitação para melhorar os serviços é muito bem-vindo”.

“Em Marituba o indicador feminino é uma área que a gente luta para melhorar e esse tipo de capacitação, recebendo a orientação correta de especialistas, vendo na prática como é feito essa implantação (DIU), que não é uma coisa muito corriqueira da formação médica das universidades, com certeza vamos tentar melhorar esses indicadores”, informa o médico Lucas.

Natália Nascimento, médica de Bragança, nordeste do estado, destaca que a preparação mostra a realidade desse fluxo de mulheres que é enorme para a Santa Casa e ver o quanto é preciso melhorar em relação a capacitação para que outros profissionais possam estar preparados para esse tipo de procedimento que faz parte da atenção básica. “Eu vejo que em Bragança já é bem desenvolvida e bem estruturada. Só que ainda fica muito nas mãos dos especialistas e aqui já é um primeiro passo para mudar essa realidade para a atenção básica que é um tipo de procedimento que vai beneficiar a população”.

“Em Bragança existe o Centro da Saúde da Mulher, e com esse aprendizado aqui vai fortalecer esse atendimento. E a gestão municipal faz bem em dar esse suporte, inserindo os médicos que atendem nas UBS para que possamos repassar essas informações para outros profissionais. Bragança têm uma demanda grande por conta de moradores de outros municípios vizinhos buscarem esse atendimento”, diz Natália.

Valéria Pontes, médica ginecologista e obstetra da Fundação Santa Casa, responsável em ministrar o curso, informa que é de extrema importância às pacientes do interior terem acesso às informações sobre planejamento familiar e a inserção de DIU pela atenção básica, que é obrigação da rede municipal em oferecer esse serviço. “Como não temos especialistas suficientes no estado de ginecologistas, estamos iniciando um projeto agora de treinamento para os médicos que atuam na Saúde da Família, que estão nos interiores e o projeto busca treiná-los com a finalidade de que eles somem junto aos ginecologistas do local para que as pacientes tenham mais acesso ao DIU”.  

“É muito fácil ter acesso a esse benefício, a prefeitura solicita o DIU para o Ministério da saúde que fornece e você tem que ter um médico treinado para inserir. A Santa Casa como é um polo de referência, nós começamos a plantar essa semente que deve ser expandida para outros centros. Nosso estado é grande e podemos trabalhar com os ginecologistas destes municípios e eles serem os agentes propagadores em suas regiões. Aqui seria um local de treinamento, com a finalidade que se descentralize com muitos médicos treinados. É isso que a gente quer”, destaca a doutora Valéria.

Planejamento familiar

No Brasil, a política pública que trata do assunto é regida pela Lei nº 9.263, de 12 de janeiro de 1996, e define o conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal.

Com o intuito de diminuir os índices de gestação não planejadas e reforçar as ações de sexualidade responsável e planejamento familiar por parte dos brasileiros, são disponibilizados diversos tipos de métodos contraceptivos: pílula hormonal combinada, minipílula, anticoncepcional injetável mensal e trimestral, diafragma e o dispositivo intrauterino de cobre. 

O DIU é colocado pelo orifício do colo uterino e provoca mudanças bioquímicas e morfológicas no endométrio à medida que os íons são liberados na cavidade uterina, levando a uma ação com efeito espermicida.

“O DIU de cobre que é oferecido pelo Ministério da Saúde, dura 10 anos. E é o método que é chamado de longa duração, ou seja independe da lembrança do paciente, por isso que ele é mais eficiente. É um investimento de longo prazo, não é caro e é de baixo custo. O DIU é fornecido pelo MS e os gestores têm que treinar e pagar os médicos para a inserção”, destaca a médica Valéria Pontes. 
 

 

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