O Estado do Pará aparece com 499 leitos fechados com o impacto direto e mais de 2.500 demissões no setor hospitalar. (Foto: Reprodução)
Pesquisa realizada no período de 19 a 23 de agosto deste ano mostra os números de demissões e leitos que serão desativados com o impacto da lei que estabelece o piso nacional da enfermagem. No estudo, realizado pelas cinco maiores entidades do setor hospitalar brasileiro, o Estado do Pará aparece com 499 leitos fechados com o impacto direto e mais de 2.500 demissões no setor hospitalar.
A Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB), Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), Federação Brasileira de Hospitais (FBH), Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) e Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) ouviram para o levantamento 2.300 instituições de saúde de todas as regiões do Brasil.
“O Congresso aprovou a justa valorização do profissional de enfermagem, contudo, sem dizer de onde vem o dinheiro para pagar e sem citar quais são as fontes de financiamento, o que desajusta completamente o sistema de saúde brasileiro, gerando um caos na saúde do Pará e trazendo consequências como fechamento de leitos, desemprego, precarização da profissão, com isso desvalorizando ao invés de valorizar o profissional de enfermagem", Dr Breno Monteiro, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado do Pará (Sindesspa).
A pesquisa revela ainda que para poder pagar os valores previstos na nova lei, as instituições terão que reduzir o número de leitos em 51%; reduzir o corpo de enfermagem em 77%; reduzir pessoal em outras áreas em 65% e cancelar investimentos em 59%, em âmbito nacional.
Um total de 2.511 instituições participaram da pesquisa que revelou ainda que muitos entrevistados sinalizaram a necessidade de ter que adotar mais de uma destas medidas para conseguir o recurso financeiro para o cumprimento da nova lei.
Em síntese, o novo piso salarial da enfermagem poderá trazer desemprego para o setor hospitalar, o que poderá chegar a 83 mil postos de trabalho e fechamento de 20 mil leitos no Brasil.
O grupo de organizações que responderam à pesquisa é, em sua maioria, formado por hospitais e serviços de diagnóstico, assim como clínicas especializadas, home care e instituições para idosos. Cerca de 35% dos entrevistados não têm fins lucrativos, segundo os organizadores.
