07/11/2022 às 15h08min - Atualizada em 07/11/2022 às 15h08min

Carimbo com placenta perpetua experiência do parto em hospital do Pará

O projeto “Árvore da Vida” executa ações de humanização na assistência às gestantes

Redação Belem.com.br
com informações da Agência Pará
Mãe da bebê Maria Heloá, Jamille Mescouto diz que esse recurso ajuda a eternizar momento. (Foto: Alex Ribeiro/ Ag.Pará)


Os registros do nascimento de Anthony vão além de vídeos e fotos. A mãe, Diana Karoliny, 24 anos, foi presenteada com uma pintura. Após o parto, ela ganhou das enfermeiras obstetras uma aquarela com o carimbo da placenta, órgão formado durante a gravidez, que nutre e leva oxigênio ao bebê na gestação. "É um presente maravilhoso, e que vai ficar guardado de recordação para mostrar ao Anthony. Gostei muito da iniciativa. Nunca tinha visto nada parecido", relata a jovem mãe.

As responsáveis pela arte são as enfermeiras obstetras que dão assistência ao parto no Hospital Regional Dr. Abelardo Santos, no Distrito de Icoaraci, em Belém. O projeto “Árvore da Vida” foi implantado em abril de 2021, como parte das ações de humanização dos partos realizados na unidade hospitalar.

“O objetivo desse projeto é eternizar o vínculo da mãe e do bebê nesse momento tão importante para a família, que é a chegada de uma nova vida. E a gente observa que as reações das mães são de felicidade e satisfação de receberem algo que vai ser lembrado para o resto da vida”, enfatiza a enfermeira Thalita Beltrão, coordenadora do Complexo Obstétrico do Hospital Abelardo Santos.

Desde o início da atividade, cerca de 4 mil mulheres receberam o carimbo com a placenta. A lembrança é confeccionada em folha de papel, com tinta à base d’água. Nela, são registrados os dados da mãe, da criança, data e horário do nascimento. É possível personalizar ainda mais o carimbo com uma frase ou letra de música, conforme o pedido da mãe.


Conexão afetiva 

A enfermeira obstetra Aline Guedes capricha na pintura. “É um projeto que fortalece o afeto entre mãe e filho, desde a concepção ao nascimento. Eu acho muito gratificante para elas e pra mim, enquanto profissional. Eu abracei essa causa aqui no Hospital pra dar esse presente para a mulher. O bebê cresce tão rápido, então, cada lembrança que você fica daquele momento único, que é o parto, é muito importante”, ressalta.

A pintura é significativa porque a placenta representa a conexão crucial entre mãe e bebê. Ao longo da gestação, ela realiza todas as funções biológicas que os fetos ainda não podem fazer. Depois de se fixar na parede uterina, a placenta se conecta ao feto pelo cordão umbilical.

Entre as funções do órgão, desenvolvido exclusivamente na gravidez, estão: fornecer nutrientes e oxigênio, eliminar resíduos, produzir hormônios da gestação, prover imunidade, filtrar micro-organismos e regular a temperatura corporal do feto.

Foram sete horas de trabalho de parto para Maria Eloá vir ao mundo. A mãe, Jamille Mescouto, 19 anos, também quer deixar a peça guardada para mostrar à filha. "Não tive nada parecido no parto do meu filho mais velho. Achei muito importante esse trabalho. É algo que quero mostrar para a Maria Eloá quando ela crescer", conta Jamille.

Humanização - A enfermeira Thalita Beltrão destaca que o projeto “Árvore da Vida” é uma das várias estratégias voltadas à humanização desenvolvidas no Hospital Abelardo Santos que buscam a mudança do modelo assistencial em obstetrícia, procurando levar mais acolhimento e práticas baseadas em evidências científicas às grávidas.

“A gente trabalha com os métodos não farmacológicos para o alívio da dor. Temos fisioterapeuta em sala de parto, temos massagens relaxantes, banho com água morna, aromaterapia, tudo isso para diminuir a dor no processo do trabalho de parto. Além disso, temos cursos para as gestantes durante o pré-natal”, reforça a enfermeira-chefe do Setor de Obstetrícia do HRAS.
 
 


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